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Marc Brew e Gisele Calazans em ensaio no MIS-SP. Foto: Juliana Resende/BR PressMarc Brew e Gisele Calazans em ensaio no MIS-SP. Foto: Juliana Resende/BR Press

Marc Brew transforma inclusão em arte

São Paulo, brpress) - Assim é o espetáculo colaborativo criado pelo bailarino Marc Brew, em parceria com time brasileiro reunido pelo projeto Transform, do British Council. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Surpresa, para não dizer arrebatamento. Essa é a sensação provocada pelo espetáculo colaborativo criado pelo bailarino Marc Brew, australiano radicado na Escócia, em parceria com um time brasileiro reunido pelo projeto Transform, do British Council. A reportagem da brpress teve acesso ao ensaio do espetáculo que será apresentado ao público neste sábado (27/06), às 19h, no MIS, com entrada franca.

Trata-se de um work in progress iniciado há dois dias e que vai se desenvolver até o dia do espetáculo, quando Brew apresentará também um solo, Remember When. A bailarina brasileira Gisele Calazans dança com ele, transformando o encontro – eles nunca haviam trabalhado juntos – num duo conectado não apenas pelos movimentios, mas pelo sentimento. A conexão dos dois bailarinos, ambos com repertórios e corpos diferentes, é impressionante.

Dança do acasalamento

O espetáculo está sendo concebido coletivamente, sob a batuta de Natália Mallo, curadora de dança do MIS e expoente da cia Nova Dança 4, que fez escola explorando o experimentalismo, da qual também vem Gisele Calazans. A técnica que rege os bailarinos é o contato e improvisação, mas inquietações pessoais também estão colocadas em cena. A coreografia lembra uma dança do acasalamento, com união e repulsa, e muita delicadeza.

A música, uma colagem de diálogos do filme La Notte, de Antonioni, com piano ao vivo tocado por Danilo Penteado, e a iluminação de Mirella Brandi criam um clima intenso, poético e intrigante.  “Sou muito musical”, diz Marc Brew, contente por ter estabelecido tamanha conexão com os parceiros brasileiros, curtindo cada momento de incerteza. “Quando vi Gisele dançando, fiquei preocupado se conseguiria acompanhá-la”, confessa Brew, que tem sua própria companhia em Glasgow, onde trabalhou com Claire Cunningham, mas adora o desafio de trabalhar com artistas desconhecidos.

Rodopiando

Enquanto ele e Gisele rodopiam sobre a cadeira de rodas – que ali é como se fosse qualquer objeto no palco – ou se arrastam pelo chão como amantes invertebrados, é fácil esquecer que há uma pessoa com deficiência dançando. “O mais incrível é que em nenhum momento a deficiência de Marc protagoniza o espetáculo. Realmente, a arte dele transcende sua condição”, afirma Gisele. “Sabia que encontraria alguém grande. Ele gosta de correr riscos e eu também”, completa a bailarina.

De fato, o trabalho de Marc Brew desafia aqueles que o aconselharam a largar a dança depois do acidente de carro que o deixou sem movimentos nas pernas da cintura para baixo, aos 20 anos. “A cadeira de rodas não tem um significado específico. Marc já usou seis toneladas de areia, tecido e vários recursos. Mas é claro que quando falamos de arte e deficiência há sempre uma leitura política no espetáculo”, diz Natália.

Se o resultado surpreende, Marc diz adorar o fator surpresa ao colaborar com novas pessoas. “É uma energia muito excitante. Tudo pode acontecer. Mas no momento em que começamos a trabalhar juntos, foi assim – bang! – temos um espetáculo. Eu me senti acolhido e seguro de que tudo se encaixaria.

(Juliana Resende/brpress)

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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