Melhor assim…
(São Paulo, brpress) - Nunes foi sincero ao dizer que contou até 10 e que pensou em quebrar Neymar. Mais: homenagem aos mortos de Santa Maria. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – Nunes foi sincero ao dizer que contou até 10 e que pensou em quebrar Neymar. Ele se sentiu humilhado com os dribles que tomou e com algumas gozações sofridas, segundo ele, do próprio atacante santista.
Uma das jogadas de Neymar foi maravilhosa. O chapéu no atacante do Botafogo foi lindo. O toque com a sola do pé fez a bola quicar no chão e encobrir Nunes. Sensacional. Na outra jogada, Neymar amorteceu a bola e o botafoguense ficou parado, sem esboçar reação ou marcação. Foi nessa hora que ele pensou em quebrar Neymar.
Felizmente tudo terminou em paz. Não aconteceu a jogada violenta e a confissão de Nunes serve para reflexões. Em defesa do santista, não há registros de outros adversários declarando que ele humilha seus marcadores. Do lado do jogador do Botafogo – que, aliás, tem qualidades técnicas – fica a chance de entender que, às vezes, o talento pode até ser confundido com pedantismo. Mas esse não é o caso de Neymar.
Falta de respeito
O mundo do futebol fez sua singela homenagem aos mortos de Santa Maria (RS). Na maioria dos estádios, jogadores e árbitros fizeram um círculo e oraram pelos gaúchos que morreram na tragédia da boate Kiss.
Infelizmente, as câmeras das emissoras de televisão mostraram também, ao mesmo tempo, alguns torcedores pulando e gritando hinos de guerra em um momento de muita dor. Na execução do Hino Nacional, antes dos jogos, também se vê em vários locais das arquibancadas gestos que mostram a total falta de sintonia com um momento triste ou de cidadania.
Ninguém discute que somos um país do terceiro mundo. Falta-nos muita coisa, especialmente educação. Os diversos governos, em todos os níveis, declaram reconhecer essa falha, mas pouco realizam para corrigir o grave problema.
Países como a Coreia do Sul deveriam ser seguidos. Lá, em algumas dezenas de anos, houve um investimento maciço em educação. O país se transformou.
Infelizmente minha geração não terá tempo de ver um Brasil educado. Mas vamos insistir nesse assunto para que, pelo menos, comecem urgentemente a oferecer para o povo um sistema de formação e educação comparado ao primeiro mundo.
Coerência
O COL e a Fifa suspenderam o evento que aconteceria nesta segunda-feira (28/01), em Brasília. Homenagem póstuma às vítimas do Rio Grande do Sul.
Entre os estádios que abrigarão a Copa das Confederações, Fortaleza já está pronto. Outros ficarão nos próximos meses. Gostaria de saber o balanço final das despesas para a construção desses estádios.
Outra coisa lamentável: as obras do entorno desses estádios não estão sendo efetuadas como as autoridades prometeram. Faltam hospitais, centros de saúde, avenidas, ruas etc.
(*) Comentarista de esportes, com diversas Copas e dez Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.