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Salmão com crosta de licorice do chef inglês Heston Blumenthal. Foto: DivulgaçãoSalmão com crosta de licorice do chef inglês Heston Blumenthal. Foto: Divulgação

Heston Blumenthal: ‘Chapeleiro Maluco’ das panelas

Chef inglês, um dos mais estrelados do mundo, cria receita inspirada na obra de Lewis Caroll.

(Londres, brpress) – Hoje vamos falar de comida e – mesmo estando na Inglaterra – de comida fantástica. Algo como um banquete saído do livro Alice no País das Maravilhas preparado pelo chef inglês Heston Blumenthal, dono do Fat Duck.

Com três estrelas no guia Michelin, o “Pato Gordo” foi considerado o melhor restaurante do mundo pela revista Restaurant e o melhor do Reino Unido desde 2008.

Para Blumenthal, inventar e subverter é um must e, na gastronomia, ele pode ser considerado o equivalente ao Chapeleiro Maluco da obra prima de Lewis Caroll.

Ciência

Heston Blumenthal insiste, no entanto, que não é um cientista louco. Para suas improváveis receitas, o self made star chef utliza, no entanto, um método científico.

Unindo física e química, há cilindros de hidrogênio, pipetas e tubos de ensaio na cozinha. Ele é o homem que deu ao mundo o sorvete de ovos com bacon, o mingau de escargot e o lindo salmão com crosta de licorice, doce típico do Reino Unido.

Raízes e emoção

 Falando em comida típica, o maior trunfo de Blumenthal é resgatar as raízes históricas da culinária britânica, utilizando receitas originais de pratos como roastbeef ou rosbife, e subvertê-las.

O objetivo é fazer um cruzamento entre paladar e psicologia, extraindo toda a emoção que um sabor ou prato pode provocar. Algo muito semelhante ao que a arte provoca nas pessoas.

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Já teve gente que chorou após provar um prato.

Heston Blumenthal

“Não sei ainda, no entanto, se isso aconteceu depois de vir a conta”, brinca Blumenthal, temperando com humor (e não molho) inglês seu encontro com a imprensa internacional.

Ele conversou com alguns jornalistas (incluindo essa que vos escreve) no festival cultural London 2012, que aconteceu paralelamente aos Jogos Olímpios de Londres.

Comida inglesa

Para Blumenthal, a razão de a comida inglesa ter tão má fama – mesmo produzindo renomados chefs, como Gordon Ramsay e Jamie Oliver (com quem também conversamos no London 2012) – está no curso da história.

“Perdemos nossas raízes, com o passar do tempo e com advento da Revolução Industrial”, diz o chef. “Temos muita história em nossa comida, mas fomos perdendo o prazer de cozinhar”.

Receitas resgatadas

“Há receitas do arco da velha na Grã Bretanha antiga”, ressalta ele, lembrando que há um curry original britânico e citando Lewis Caroll.

O próprio escritor teria “criado” a Mock Turtle Soup, mencionada em Alice no País das Maravilhas, baseado numa receita tradicional.

Ingredientes

Se Jamie Oliver é o chef mais pop de que se tem notícia, Heston Blumenthal é o biscoito fino – e que biscoito! Aliás, é sempre bom perguntar antes: biscoito de quê?

Os ingredientes podem ser uma história à parte. E o preparo uma verdadeira ciência. Como o próprio Blumenthal diz: o ditado “as aparências enganam vale também para comida”.

Fat Duck e pubs

Quem quiser comer no Fat Duck é bom revervar uma boa verba em libras e uma mesa com pelo menos dois meses de antecedência. Fica em Bray, cerca de uma hora de trem de Londres.

É uma charmosa vila na paróquia de mesmo nome, também conhecida por Bray-on-Thames, às margens do rio Tâmisa, no condado de Berkshire.

Dica preciosa: Blumenthal comanda ainda dois pubs casuais em Berkshire: The Hinds Head e The Crown at Bray – em ambos, ter reserva antecipada também é altamente aconselhável.

Dinner

Em Londres, o comensal mais ou menos impetuoso (e certamente endinheirado) pode provar as invenções de Blumenthal no Dinner, que fica no hotel Mandarin Oriental Hyde Park.

É um restaurante de comida típica inglesa com o toque de sofisticação que a região chique – ou “posh” como dizem os londrinos – de Knightsbridge exige.

(Juliana Resende, brpress)

#brpressconteudo #hestonblumenthal

Atualizado em 16/03/2025

Juliana Resende

Jornalista, CCO da brpress, autora do livro Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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