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Ísis Valverde em cena de Faroeste CabocloÍsis Valverde em cena de Faroeste Caboclo

Ísis Valverde: de periguete à maluquete

(brpress) - Atriz esquece Suellen para viver a contida e 'maconheira' Maria Lúcia, no filme Faroeste Caboclo; atriz fala sobre o novo papel. Por Juliana Resende.

(brpress) – Foram-se os tempos de Suellen para atriz mineira Ísis Valverde, estrela do filme Faroeste Caboclo, que reproduz, com um roteiro todo próprio, a cinematográfica música homônima de Renato Russo. Sim, Faroeste Caboclo vem logo na sequência de Somos Tão Jovens (outro filme que evoca, ainda que mais diretamente, o líder da Legião Urbana). Muitos se perguntam o que a atriz famosa por interpretar a periguete na novela Avenida Brasil faz num filme sobre jovens de Brasília dos anos 80?

    Ísis Valverde é Maria Lúcia, o amor de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira) e a cobiça de Jeremias (Felipe Abib), no filme de René Sampaio assim como na música.  “Ela e eu criamos uma relação muito íntima uma com a outra”, conta a atriz, num encontro com a imprensa paulista, antes do lançamento do longa. “Estava numa fase que eu precisava me superar na minha carreira, no meu estilo de atuar e essa personagem ela veio para isso. Cresci muito na minha atuação”, garante Ísis.

Rock e drogas

    Quem espera uma moça extrovertida, descolada e maliciosa, no entanto, vai se supreender com a interpretação contida de Maria ‘Ísis’ Lúcia. Típica garota de classe média alta da “burguesia” de Brasília, na época em que o rock e as drogas susbtituíam o tédio da capital federal, ainda embebida no sombrio limbo da ditadura, ela se deixa envolver com o ‘bandido’ que aparece uma noite na janelade seu quarto.

    Entre muitos baseados e amassos – e indiferente à desigualdade social entre a estudante de arquitetura e o aprendiz de carpinteiro –, Maria Lúcia se torna a referência mais preciosa de João de Santo Cristo – o rapaz negro e pobre, que, apesar de resistir, não encontra outra alternativa de ascender na vida senão pelo tráfico. “Ela se apaixona e se entrega – e isso é o que acho mais bonito da personagem”.

    Um jornalista pergunta à Ísis, como foi viver “aquela mocinha maconheira” no filme. “Nos meus trabalhos sempre tento fugir dos arquétipos. Não faço só a mocinha, a gostosinha ou a vilã. Meu intuito é retratar um ser humano completo”, diz a atriz. “Esse não é um filme maniqueísta, não há julgamento de valores”. O mesmo não pode se dizer sobre o pai de Maria Lúcia – um senador, vivido por Marcos Paulo, em seu último trabalho antes de falecer.

    Para ísis, “Maria Lúcia é uma rosa no meio daquele cenário seco”, do cerrado, da aridez dos sentimentos e da violência social que entremeia o destino dos personagens. A atriz conta que descobriu, por meio de fotos e uma conversa com a mãe de Renato Russo e vó de Giuliano Manfredini, filho do cantor que faz uma participação no filme, que Maria Lúcia “representa todas aquelas meninas amigas das bandas, na vida real”.

Marias Lúcias

    Ísis revela ainda que João de Santo Cristo seria o “alterego do Renato Russo” e Jeremias (Felipe Abib), “um cara que teria feito algum mal a Renato – afinal, todo mundo tem alguém assim na vida”. A atriz diz também que “tentou” fazer essa Maria Lúcia multifacetada. “Digo sempre tentei porque cabe ao público julgar meu trabalho”, afirma Ísis, com humildade e a simpatia pela qual ela já é conhecida.
 
    Falando em conhecida, a música Faroeste Caboclo, de nada menos que nove minutos, é talvez a mais tocada e cantada da Legião Urbana. “A gente ouvia muito no set – parecia que estávamos entrando na canção… Foi muito mágico!”, festeja Ísis. Mas atenção: não espere ver no cinema extamente o que canta Renato Russo. O filme – assim como os personagens – tem vida própria.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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