Obama faz citações pop em discurso
(Rio de Janeiro, brpress*) - Ao falar por pouco mais de 15 minutos, presidente dos EUA citou Paulo Coelho, Jorge Ben Jor, o Vasco e o Botafogo, arrancando aplausos; do lado de fora, nada dos telões prometidos.
(Brasília, brpress*) – No mesmo domingo (20/03) em que o secretário de Defesa americano dos Estados Unidos, Robert Gates, disse que a ofensiva militar na Líbia fez progressos significativos, que a coalizão deve ampliar o alcance dos ataques, que o país não terá um papel de destaque na coalizão e que, em alguns dias, entregará o controle da missão a outros países, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou, em discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que os países são soberanos e não podem sofrer intervenções.
“Nenhuma nação poderá se impor sobre outra nação”, afirmou Obama, sendo aplaudido pela plateia. “Onde a luz da liberdade estiver acesa, o mundo estará mais iluminado, este é o exemplo do Brasil”, disse ele. “A democracia é a maior parceira do progresso humano. A democracia oferece oportunidades para que todos os cidadãos sejam tratados com respeito”, acrescentou.
Em seguida, o presidente reiterou que os Estados Unidos têm condições de falar sobre as conquistas a partir da consolidação dos sistemas democráticos, sem mencionar o envolvimento e apoio dos EUA à ditadura militar no Brasil. “Sabemos, por meio da nossa experiência nos Estados Unidos, que é importante trabalhar juntos até mesmo quando discordamos. Pode ser que o nosso modo de trabalhar seja lento e meio devagar, meio bagunçado, mas é preciso.”
Obama citou as manifestações populares nos países muçulmamos a partir da Tunísia, em janeiro, e que se estenderam para o Egito, a Líbia, o Iêmen, a Síria e outros locais do Oriente Médio e do Norte da África. “Hoje, vemos uma revolução, baseada na Tunísia, por anseio pela dignidade humana. Homens, mulheres, dando-se o direito de determinar o próprio futuro”, disse ele.
15 minutos
No discurso de pouco mais de 15 minutos, com o texto improvisado, o presidente citou o escritor Paulo Coelho. “Como diz Paulo Coelho, com a força da nossa vontade e amor, podemos mudar”, afirmou, arrancando aplausos entusiasmados da plateia. Ele também citou Jorge Ben Jor, o Vasco e o Botafogo.
Obama, que dedicou o discurso “a todo o povo brasileiro” e chamou os presentes no Theatro Municipal de “amigos” e o Rio de “Cidade Maravilhosa”, pretendia visitar o Cristo Redentor de manhã. Iinformações não confirmadas oficialmente indicam que ele adiou o passeio para o fim da tarde/noite porque estava coordenando uma reunião vinculada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o agravamento da crise na Líbia.
A área em volta do local onde Obama esteve foi cercada por um forte esquema de segurança com soldados do Exército, que afastavam a população em um raio de cerca de 200 metros do Theatro Municipal. O discurso não foi transmitido em telões na Cinelândia, como inicialmente havia sido divulgado, o que irritou e decepcionou muitos presentes no local.
Aproximadamente 2,5 mil pessoas foram convidadas para acompanhar o discurso. Representantes de associações, entidades, organizações não govenamentais, além de políticos, empresários e artistas receberam convite. Deputados e até ministros desistiram de entrar no Theatro, devido à revista obrigatória com detector de metais manual.
(*) Com Agência Brasil.