Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Moreno e Durvinha: Os Últimos Cangaceiros em traje a rigor. Foto: DivulgaçãoMoreno e Durvinha: Os Últimos Cangaceiros em traje a rigor. Foto: Divulgação

Cangaço mais vivo do que nunca

(Fortaleza, brpress) - 75o. aniversário de morte de Lampião e diversos lançamentos de livros e filmes reascendem a chama e o fascínio pelo movimento. Por Juliana Resende.

(Fortaleza, brpress) – Com a morte  de Candeeiro, aos 97, no final de julho – o penúltimo cangaceiro então vivo – e o 75o. aniversário de Virgulino Ferreira da Silva (Serra Talhada/PE, 4 de Junho de 1898 – Poço Redondo/SE, 28 de julho de 1938), vulgo Lampião, se completando em 28/07/13, o cangaço tem tudo para voltar à voga nestes tempos combativos de manifestações e protestos Brasil afora.

Filme
   
    Para ascender ainda mais a chama do cangaço, que parece nuncs ter se apagado, em novembro estreia em circuto nacional,   o primeiro documentário sobre o cangaço, objeto de mais de 40 longas brasileiros de ficção: Os Últimos Cancaceiros, de Wolney Oliveira.  Vencedor de Melhor Longa-metragem Ibero-americano no Docs DF 2012 – Festival de Documentários da Cidade do México,  e de outro sete prêmios, o filme conta a história dos ex-cangaceuros  Durvinha e Moreno, que fizeram parte do bando do Rei do Cangaço.

    O arretado casal de velhinhos escondeu sua verdadeira identidade e passado controverso até da sua sombra, por mais de meio século. Até que Moreno, então com 95 anos, resolveu dividir com os filhos o peso das lembranças e reencontrar parentes vivos, entre eles seu primeiro filho, deixado aos cuidados de um padre, mais de cinco décadas atrás quando ele e a mulher serviram a Lampião.

     Durvinha e Moreno esconderam sua verdadeira identidade até dos próprios filhos. O casal tinha feito parte do bando de Lampião, o principal líder do cangaço.  Nesse sentido, Wolney Oliveira coloca uma peça-chave na nossa empoeirada coleção ‘Vultos da Pátria’ – com um enfoque mais digerível, embora com um nó na garganta (melhor que uma faca), e mais aceito por descendentes de cangaceiros que a carapuça de foras-da-lei  tupiniquins. Sem julgamento moral ou de caráter, Os Últimos Cangaceiros mescla histórias pessoais e humanas com imagens inéditas e raras do cangaço.

Livros

    Falando em ineditismo e muita lorota para alguns, como um dos maiores especialistas em cangaço do Brasil, Antonio Amaury Corrêa Araújo, com a proibição do livro Lampião Mata Sete, recolhido deste novembro de 2011, por liminar xpedida pelo  juiz da 7ª Vara Cível de Aracaju, Aldo Albuquerque – a pedido de Expedita Ferreira, filha do cangaceiro, que, segundo o autor teria sido gay –, nada menis que  quatro novos lançamentos sobre o tema chegam às prateleiras.

    Autor de 14 livros sobre o assunto, Antonio Amaury está lançando em agosto uma quarta edição revista e ampliada de Asssim Morreu Lampião (Traço Editora), cuja edição anterior data de 28 anos atrás e tinha 180 páginas. “Agora são 400 páginas”, celebra Amaury.   Ele mesmo será objeto de um novo documentário sobre mitos e verdades a respeito de Lampião, rodado em agosto, pelo Centro de Estudos Euclides de Cunha, da Universidade do Estado da Bahia.

    O pesquisador aproveita para corrifgir a informação, publicada pela maioria da imprensa, de que Candeeiro seria o último cangaceiro e que ele teria sido importante no bando de Lampião. “Candeeiro ficou somente 18 meses em atividade, passando a maior parte do tempo como babá do bravo cão de Lampião, o Guarani, e fazendo guisado (os homens é que cozinhavam no cangaço). Resta vivo ainda o Vinte e Cinco, que ficou seis anos no cangaço”, informa Amaury.

    O historiador recifense Frederico Pernambucano de Mello, autor de Estrelas de Aço: A Estética do Cangaço (Escrituras Editora, 258 páginas, 2010), um belíssimo livro de arte com mais de 300 fotos, incluíndo inéditas, e prefácio de Ariano Suassuna, também assina embaixo: “Vinte Cinco está vivo e mora em Maceió”.

Raridades relançadas

     Os outros livros relançados são da Sebo Vermelho Edições e ajudam aos aficionados conhecerem melhor a saga do cangaço: o enciclopédico Quem é Quem no Cangaço, do pernambucano Paulo Medeiros Gastão; O Cabeleira, clássico de Franklin Távora; e Lampião – Sua História, primeira biografia sobre o cangaceiro, escrita em 1926 pelo paraibano Érico de Almeida.

    “É mais uma raridade da bibliografia do cangaço, para conhecimento das novas gerações”, comentou Abimael Silva,  da Sebo Vermelho, sobre a biografia pioneira escrita mais de uma década antes da morte de Lampião – história que familiares do Rei do Cangaço, como a neta Vera Ferreira, que mantém o site ww.infonet.com.br/lampiao, preferem aceitar como verdadeira.

Arte imita vida

    Mais do que nenhuma arte, o cinema e a literatura  imortalizaram a cultura  do cangaço, ora com Lampião caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época (anos 20 até 40) e região (praticamente todos os estados nordestinos), ora como sendo o cangaço fruto da jaguncice do coronelismo vigente, ora como bandidagem pura e simples.

“Ainda há muito o que descobrir sobre o cangaço e, a exemplo de Os Últimos Cangaceiros, ele ainda deve inspirar muitas obras”, aposta Antonio Amaury.

(Juliana Resende/Especial para brpress)

Leia a reportagem completa publicada na Revista da Livraria cultura de agosto/13,

Assita ao trailer de Os últimos Cangaceiros:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate