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Michelle Bolsonaro defende teocracia. Foto: Michel JesusMichelle Bolsonaro defende teocracia. Foto: Michel Jesus

Michelle Bolsonaro defende teocracia no Brasil

Presidente do PL Mulher e potencial candidata aglutina apoiadores com ideologia da extrema direita cristã, misturando política e religião

(São Paulo, brpress) – “Sim, por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderíamos misturar política com religião. E o mal tomou e o mal ocupou o espaço. Chegou o momento, agora, da libertação.” Sim, são palavras de Michelle Bolsonaro (PL). E sim, ela defendeu a teocracia, uma forma de governo submetida a normas de uma religião.

Potencial candidata no lugar do marido, inelegível, e presidente do PL Mulher, Michelle se safou de ser investigada quando não respondeu uma pergunta que ainda não quer calar: “Por que a primeira-dama recebeu depósitos no valor de R$ 89 mil do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz?”. Jair Bolsonaro estava então “blindado” sob o manto protetor de presidente da República. Mas Michelle não.

Pois ‘Micheque”, como foi apelidada nas redes sociais diante do imbróglio ainda não esclarecido, defendeu sem meias palavras uma teocracia estilo Irã em seu discurso-oração fundamentalista que abriu os trabalhos na manifestação pró-Bolsonaro, no último domingo (25/02), na Avenida Paulista, diante de milhares de apoiadores.

‘Ore pelo Brasil’

Vestindo uma camiseta emulando a bandeira nacional com os dizeres “Ore pelo Brasil”, Michelle Bolsonaro bradou choramingando ao microfone: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará foi o versículo que ele [Bolsonaro] usou em toda campanha e eu creio que isso foi gerado no mundo espiritual, porque eu acredito em um Deus vivo. Um Deus todo poderoso que é capaz de restaurar e curar a nossa nação. Não desistam, mulheres, homens, jovens, crianças. Não desistam do nosso país. Continuem orando, continuem clamando porque eu sei que o nosso Deus, do alto dos céus, irá nos conceder um socorro”.

Foi daqui que pediram o fim do estado laico – em que religião e política não se misturam, embora permita, respeite, proteja e trate de forma igual todas as religiões, fés e compreensões filosóficas da vida, inclusive a não religião e o ateísmo –, conforme mandam as quatro linhas da constituição? Parece que não.

‘Senadora, se Deus quiser’

O tom do discurso – que “o Brasil é do Senhor” e que o povo brasileiro é de bem e “defende os valores e princípios cristãos”. não foi bem vindo como no encontro do PL Mulher, um dias antes da Paulista, no sábado (24/02), em Campo Grande. Mulheres de todas as idades comparecerem ao evento, e, segundo a mídia local, algumas até madrugaram para ver de perto sua “ídola”. “Se Deus quiser vai dar tudo certo, ela vai ser nossa senadora”, disse uma delas. 

Uma das opções de candidatura de Michelle Bolsonaro é para o Senado, pois Jair não aprova a mulher concorrer à presidência. Em ritmo de campanha, a ex-primeira-dama aproveitou a viagem e fez também um evento exclusivo para 150 lideranças femininas do PL em Mato Grosso do Sul. 

Extrema direita cristã

Michelle não fala só para os evangélicos, mas para os cristãos como um todo. O Monitor do Debate Político no Meio Digital, produzido pela Universidade de São Paulo (USP), 43% dos manifestantes entrevistados no ato de domingo eram católicos, e 29%, evangélicos.

“Ela fala de uma imposição cristã conservadora”, observa o teólogo Ronilso Pacheco, diretor de programas no Instituto de Estudos da Religião (iser), ouvido pela Folha de S. Paulo. “Ela está dizendo, em outras palavras, que durante muito tempo abriu-se mão de reconhecer e militar por uma supremacia cristã conservadora no Brasil.”

Este é o pilar da ideologia de extrema direita baseada no nacionalismo cristão, que prega uma religião específica como condição sine-qua-non para o pertencimento e o exercício da cidadania em um país. Uma ideologia manjada, antiga e reacionária, renascida com líderes que demonizam o outro e minam a democracia como culpada de “tudo de ruim”. 

Trump é assim, Putin é assim, Orban é assim. Bolsonaro é assim. Uma ideologia que encontra terreno fértil no Brasil, um país majoritariamente religioso com baixa escolaridade, onde a polícia cada vez mais se confunde com religião e se aproveita da “boa fé” daqueles que se sentem representados por esse discurso. Simples assim. 

#brpressconteudo #michellebolsonaro #extremadireitacrsta

 

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