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A diretora Leonie Rae-Gasson: peça com sexo e interatividade. Foto: socialconvention.orgA diretora Leonie Rae-Gasson: peça com sexo e interatividade. Foto: socialconvention.org

Peça com sexo real tem verba pública cortada na Escócia

Agência de fomento cultural escocesa retira apoio de projeto que pagaria público para participar de ato sexual 'não simulado".

(brpress) – Você ficou chocado com a “dança erótica” no Ministério da Saúde, durante o I Encontro de Mobilização para Promoção da Saúde no Brasil, em outubro de 2023, em que uma mulher mostra o derriére ao som do refrão “bate c.”? Caso sirva de alento, a agência de fomento cultural do governo escocês, Creative Scotland – responsável pela realização do mundialmente famoso Festival Internacional de Edimburgo –, se viu obrigado a retirar o apoio de cerca de 85 mil libras (cerca de R$ 540 mil), à performance The Rein, que pretendia pagar 270 libras (cerca de R$ 1730) a quem topasse fazer parte de um ato sexual “não simulado”.

O site do projeto disse que levaria o público a uma “jornada mágica e erótica por uma paisagem distintamente escocesa” e descreveu que terminaria com “uma festa secreta de sexo em uma caverna”. A biografia da diretora do projeto, Leonie Rae-Gasson, a descreve como uma “artista queer e diretora de teatro imersivo”. Ela é bem conhecida na Escócia.

Trabalhadores do sexo

Um anúncio de recrutamento para Rein afirmava que os atores deveriam ter mais de 18 anos e pedia que pessoas com experiência anterior em trabalho sexual se candidatassem. A Creative Scotland disse que o projeto Rein anunciou as mudanças em seu site sem consultar a agência e que, apesar de ser uma parte do projeto, seu conteúdo quebraria regras de patrocínio. Agora, terá de reaver o dinheiro já pago.

A BBC noticiou o imbroglio, alegando que, embora a performance só aconteceria em 2025, não se fala em outra coisa na cena cultural de Glasgow, sugere que a Creative Scotland estava ciente de de que o projeto envolvia sexo “não simulado”. Uma mudança significativa, justifica a agência. é “o papel central que os atos sexuais não simulados desempenham agora”.

Grupos feministas e políticos do Partido Conservador escocês criticaram o apoio da Creative Scotland ao projeto. Seu cancelamento certamente prejudica ainda mais o já minguado (para os padrões europeus, obviamente) orçamento para financiamento de projetos culturais. Imagine o circo que os bolsonaristas e outros políticos que demonizam leis de incentivo à cultura fariam se isso fosse no Brasil.

#brpressconteudo #rein

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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