A onda trans em Edimburgo
(Edimburgo, brpress) - 70a. edição do Edinburgh International Festival acolhe artistas e espetáculos transgêneros como provavelmente nenhuma anterior. Por Juliana Resende.
(Edimburgo, brpress) – Tem espaço para tudo e todos no Edinburgh International Festival, maior festival de artes performáticas do mundo, que acontece acontece de 09 a 28/08. Sua 70a. edição acolhe artistas e espetáculos transgêneros como provavelmente nenhuma anterior.
A brpress viu o divertidíssimo show Rhythm of Life, da drag Diane Chorley – uma sátira musical radical da cena pop dos anos 80, sendo Diane uma cantora decadente cheia de boas histórias e amigos famosos, como Michael Jackson e David Bowie, regada a hits grudentos altamente dançantes e energéticos. A voz poderosa de Diane casa perfeitamente com sintetizador de Milky Bar (Chris De Burgh). O palco se transforma em pista de dança no final.
Sem Wurst
Aliás, a drag mais famosa da Europa, a austríaca Conchita Wurst (algo como “Conchita Salame ou Salsicha”), que ganhou o Eurovision 2014, não veio a Edimburgo pois seus músicos sírios tiveram o visto negado pela imigração britânica. Para compensar, há pelo menos mais quatro peças com a temática transgêneros.
Adam conta a trajetória de uma mulher tornada homem que sai do Egito para viver na Escócia, com a intenção de fugir do preconceito que ameaçava sua vida em seu país – apesar de ser o único país árabe a prover tratamento para “pacientes com desordem de gênero”. A peça recebeu 5 estrelas da crítica e tem um coral com 120 cantores trans de diversos países no mundo, incluindo o próprio Adam Kashmiry.
Fred Astaire a Ginger Rogers
Kate O’Donnell conta sua história em You’ve Changed, no formato de cabaré. Ela começa vestida como Fred Astaire e vai se transformando em Ginger Rogers. Se Adam mostra a luta para virar um homem, Testosterone, da cia. Rhum and Clay, explora as agruras de ser um homem, com o personagem central às voltas com rituais de macheza que dominam o universo masculino.
Em Eve, a dramaturga e atriz Jo Clifford narra sua saga de forma nua e crua. Num vestido branco, ela fala de sentimentos de estranheza do tipo “se olhar no espelho e ver um menino e não reconhecer este menino”.
Assista ao vídeo da Mother Said (Dont Give Your Love Away), de Diane Chorley:
Leia mais sobre o festival de Edimburgo aqui.
(Juliana Resende/brpress, viajando a convite da VisitBritain)
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