Festival de Curitiba: muito além do palco
(Curitiba, brpress) - Edição 2012 apresenta, de 27/03 a 08/04, mais de 300 atrações entre peças, shows e um evento gastronômico, vindos de seis diferentes estados brasileiros. Por Duilio Ferronato.
(Curitiba, brpress) – Os festivais têm como característica em comum a proposta e compartilhamento de novas ideias entre os participantes. E o Festival de Teatro de Curitiba, que este ano apresenta, de 27/03 a 08/04, mais de 300 atrações entre peças, shows e um evento gastronômico, vindos de seis diferentes estados brasileiros (SP, PR, RJ, MG, PE e BA), é um exemplo desse fato.
A cada ano há mais interação entre as diversas regiões do país, e esse é o ponto-chave para que uma determinada parcela da população tome consciência de que a diversidade de ideias e trabalhos é que faz nossa riqueza tão especial aos olhos do mundo.
Mais interesse
Segundo Edson Celulari, que está no elenco da peça Nenhum Dia Se Passa Sem Notícias Suas, depois que o país teve uma grande restruturação de distribuição de renda, “o brasileiro viaja mais e está interessado em entender sua própria cultura”. Para o ator, os festivais possibilitam que se discuta a função do teatro na sociedade.
Nenhum Dia Se Passa Sem Notícias Suas tem viajado pelo país e em cada região recebe um diferente estímulo. O ponto em comum é o interesse em refletir sobre o novo brasileiro que vem surgindo com as recentes transformações. E, diante da crescente plateia, fica claro que o teatro e os festivais têm dado uma grande contribuição para que esta reflexão se desenvolva.
Território expandido
O ator Aury Porto, da peça O Idiota, diz que o teatro, por ser um encontro direto com o público – onde o ator está presente e em contato “olho no olho” com a plateia – faz com que o espectador saia mais estimulado a repensar seus valores.
O espaço cênico tem uma função social e não fica restrito ao palco e à plateia; atravessa limites territoriais e vem com a força dos festivais promovendo uma integração diferente do que a televisão propõe. “A possibilidade de o teatro ocupar espaços públicos faz com que as pessoas enxerguem no bem comum um patrimônio que já foi visto como espaço de ninguém”, acredita Porto.
Interação
O ator Rodrigo Bolzan, da peça Oxigênio, lembra que, quando um espetáculo viaja, ele interage com a cidade de diversas maneiras. As mais evidentes interações são com os detalhes da montagem como estrutura, iluminação e objetos cênicos, que normalmente vêm de fornecedores locais. Isso faz com que o teatro seja a mais artesanal das artes cênicas. E o ator, além de precisar interagir com a cidade antes da peça começar, tem de lidar com a reação do público.
Para Pedro Garcia Netto, que contracena com Edson Celulari, o ator continua sendo o principal veículo interagindo com o lugar da apresentação.
(Duilio Ferronato/Especial para brpress)
Mais informações e programação completa no site www.festivaldecuritiba.com.br .