Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Georgette Fadel (Elizabeth I) e Isabel Teixeira (Mary Stuart) em cena de Rainha[(s)]. Foto: Bob SousaGeorgette Fadel (Elizabeth I) e Isabel Teixeira (Mary Stuart) em cena de Rainha[(s)]. Foto: Bob Sousa

Rainha[(s)] coroa Mary Stuart e Elizabeth I

Centro da trama é o fictício encontro das duas rainhas – que nunca aconteceu na realidade –, rendendo magistral embate. Por Lucianno Maza.

(São Paulo, brpress) – Ao encarar a empreitada de encenar um clássico, atores têm basicamente duas opções: a primeira é a reprodução do texto original, a outra é a adaptação que busca iluminar novos horizontes dentro da obra. Rainha[(s)], em cartaz no Teatro Tucarena, parte de Mary Stuart, texto de 1800 escrito por Friedrich Schiller, um dos grandes nomes da literatura alemã que, ao lado de gênios como Goethe, revolucionou a literatura de seu país no século 18, com o movimento Sturm und Drang.

Na peça original, é contada a história real de Mary Stuart, rainha católica da Escócia, que é aprisionada e sentenciada à decapitação por sua prima Elizabeth I, rainha protestante da Inglaterra, que lhe condena por conspiração.

A melhor passagem do texto e centro da trama é o fictício encontro das duas rainhas – que nunca aconteceu na realidade –, rendendo uma cena antológica onde sentimentos como clemência, humilhação e orgulho se desenham de forma magistral no embate entre essas duas mulheres extremamente fortes e poderosas num tempo de homens.

Duelo e meta-teatro

Na versão em cartaz, esta cena-duelo entre as protagonistas – Georgette Fadel (Elizabeth I) e Isabel Teixeira (Mary Stuart) – é redimensionada, dando origem à um confronto entre duas atrizes envolvidas num processo de montagem da obra. O trunfo é mostrar como a rivalidade das personagens se transfere para suas intérpretes em diferentes níveis da vida real, como a mesquinharia cotidiana dos camarins, os ataques de ego e as diferenças artísticas que definem os rumos.

O resultado é um primoroso exemplo de apropriação e meta-teatro.

A direção, de grande personalidade, é de Cibele Forjaz, que, mais uma vez, trabalha com alguns dos pontos-chave de seu teatro: a metalinguagem e jogo entre atores, a apuração estética, e a relação com o público de forma decisiva.

Busca do coração

O centro de onde emana a encenação é o elenco, responsável pela adaptação com a diretora. Não é a toa que o subtítulo do projeto seja Duas Atrizes Em Busca de Um Coração: na arena labiríntica estão duas intérpretes apaixonadas, travando-se uma com a outra e ambas com suas personagens. Em comum as duas são arrebatadoras senhoras da cena, dominam o tempo e a linguagem, e demonstram um trabalho vocal acurado, tanto na fala como no canto.

Georgette Fadel conquista a empatia do público ao se expor com graça autoirônica, e apresenta uma forte composição ao personificar Elizabeth I, transitando confortavelmente entre duas personalidades distintas. Isabel Teixeira exibe admirável densidade, construindo para si um estado de alta carga dramática que se funde ao de sua Mary Stuart –interpretação que recebeu o Prêmio Shell de Teatro 2008.

Em Rainha[(s)], o palco se transforma em trono onde duas grandes atrizes são coroadas, numa cerimônia inesquecível para o público.

(Lucianno Maza, do Caderno Teatral, especial para brpress)

#brpressconteudo #rainhas #marystuart

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate