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Cena das peça As MeninasCena das peça As Meninas

Tragicomédia da vida real

(São Paulo, brpress) - Maitê Proença dispensa o drama para abordar a tragédia na peça As Meninas, em cartaz do Teatro Cultura Artística Itaim. Lucianno Maza viu e recomenda.

(São Paulo, brpress) – Famosa por seus trabalhos como atriz na televisão, a atriz Maitê Proença tem firmado seu lado intelectual como escritora, seja através de livros ou de peças teatrais, como a que está em cartaz do Teatro Cultura Artística Itaim: As Meninas. Sua segunda incursão na dramaturgia é mais uma vez acompanhada pelo fiel parceiro, o comediógrafo Luiz Carlos Góes.

 A partir de uma conhecida tragédia pessoal da vida da autora (a mãe foi assassinada pelo pai), a peça se passa no velório de uma mulher que foi assassinada por seu marido. No centro da história, duas garotas: a filha, que viu a mãe ser morta pelo pai, e sua curiosa e participativa amiga, um tanto sem noção da gravidade do acontecimento.

 Sem drama

 As meninas, ao lado da avó turrona e de outras integrantes do núcleo feminino da família, tentam compreender a desgraça que se abateu sobre elas enquanto rememoram histórias do passado deste matriarcado. Mas não se trata de uma história pesada. “Nunca quis escrever um dramalhão. Deus me livre, basta a vida!”, declarou Maitê Proença.

 O irreverente texto tem como maior encanto mostrar como as crianças encaram a morte, a visão pueril e, ao mesmo tempo, assertiva, numa espécie de crítica aos comportamentos adultos, que fazem assim um acerto de contas com a própria lembrança..

 Sensibilidade

 O mérito também é a sensibilidade com que os atores trabalham a comédia num tema tão solene e triste, fugindo de qualquer morbidez, e apostando que é possível, sim, fazer graça mesmo com a morte das mais violentas, revezando risos com lágrimas, afinal, além de engraçada, a peça é comovente e possui grande beleza em seus diálogos.

 Amir Haddad, diretor da montagem, caminha em duas linhas paralelas que se cruzam em determinado ponto: uma é a excepcional condução de suas atrizes e a fruição da cena; outra é a quebra com o uso de canções populares interpretadas pelo elenco. Este recurso, apesar de aumentar desnecessariamente o espetáculo, funciona como um respiro à uma possivel claustrofobia temática.

 Meninas

 No que diz respeito ao elenco, o destaque é Patrícia Pinho, que cria a prima amiga com certo distanciamento e autoironia, em uma interpretação deliciosa de ver e que rouba a cena. Já Sara Antunes – cujo talento já mostrou em montagens do Grupo XIX de Teatro – não se sai tão bem, por se levar a sério demais e fazer pesar o drama da orfã.

 Vanessa Gerbelli faz a falecida de forma delicada e comedida, enquanto Analu Prestes é um pouco prejudicada pela forte caracterização da avó. Completa o time Clarice Derziê Luz, que exibe grande versatilidade dando vida a diversas personagens, sempre com humor.

 Com um texto muito bom e ótimas interpretações, As Meninas é uma feliz surpresa que faz o público rir e se emocionar, refletindo sobre a forma de encarar a tragédia em nossas vidas.

Sessões: sextas, às 21h30; sábados, às 21h; e domingos, às 18h.

Ingressos: R$ 60,00 e R$ 70,00.

(Lucianno Maza, do Caderno Teatral/Especial para brpress)

Teatro Cultura Artística Itaim – Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830; (11) 3258-3344

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