Um café com Pina Bausch

(Rio de Janeiro, brpress) - Três Mulheres e um Café, "conferência dançada" sobre pensamento da coreógrafa alemã, estreia nesta sexta (09/04).

(Rio de Janeiro, brpress) – Formando uma instalação, 30 cadeiras estão espalhadas pelo palco. Maria Alice Poppe dança de olhos fechados. O ambiente lembra Café Müller, de Pina Bausch, mas não é. Como um museu imaginário da recente história da dança contemporånea, o espetáculo homenageia a coreógrafa alemã (1940-2009). Trata-se do espetáculo Três Mulheres e um Café, que estreia nesta sexta (09/04), às 20h, na Sala Multiuso do Espaço Sesc.

O movimento da premiada bailarina Maria Alice Poppe não é interrompido somente pelas cadeiras. Textos da conferencista Thereza Rocha dialogam todo o tempo com a dança de Poppe e do ator Ricardo Duque. Em cena, Thereza Rocha discorre sobre temas caros à história e à estética da dança contemporânea, com tradução simultânea para a linguagem de sinais.

A montagem é resultado de um trabalho de colaboração entre a pesquisadora/diretora Thereza Rocha  e a bailarina/criadora Maria Alice Poppe, com direção da primeira. O projeto foi agraciado com o Premio Funarte de Dança Klauss Vianna/2008.

O projeto nasceu da longa colaboração que desenvolvo com a Maria Alice, com quem fui criando ‘afetos’ de dança que me influenciam como diretora e como pensadora da área. A ideia da montagem é fazer uma transcriação de Café Müller, obra pontual de Pina Bausch, de 1978. A partir do bordado minucioso da obra de Pina, tentamos abrir alguns pontos e bordar outros fios”, destaca a diretora.

     Thereza Rocha recortou parte das referências da sua dissertação de mestrado intitulada De Artaud a Pina Bausch: A História da Invenção de Um Novo Corpo, desenvolvida na Escola de Comunicação da UFRJ. “Este trabalho propõe uma forma de aproximar e esclarecer certos aspectos da dança contemporânea. Vez por outra, ouvimos do público o desejo de conversar sobre a realização do espetáculo. Aqui, a gente pode fazer isso em cena”, diz Maria Alice Poppe.

BOX – Prazer, Pina Bausch

(brpress) – Uma das maiores coreógrafas do século 20, a alemã Pina Bausch  (1940-2009) foi formada pela Folkwang School, em Essen, com o diretor e coreógrafo Kurt Jooss, considerado um dos precursores da dança expressionista alemã.

    Exímia bailarina, notabilizou-se pelo desenvolvimento de uma forte assinatura como criadora. Um teatro do movimento talvez possa ser o termo que bem defina o que ela inaugura na dança – uma linguagem a meio caminho entre o teatro, que excede as fronteiras da coreografia para alinhá-la, como encenadora, aos nomes mais importantes das artes cênicas do século 20.
 
    Tanztheater Wuppertal

    Bausch dirigiu a companhia primeiramente intitulada Wuppertaler Tanztheater, mais tarde mudando de nome  para Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, de 1973 a 2009, ano de seu inesperado falecimento.

    Algumas parcerias são importantes em sua trajetória, como aquela com o cenógrafo Rolf Borzig, seu marido até 1980, ano de  falecimento dele, com quem desenvolveu um conceito muito particular de relação entre corpo, tempo e espaço. Era a proposição do que ambos reconheciam como “a room to move”, ou seja, a ambientação do palco com toneladas de areia, dezenas de cadeiras espalhadas, um espelho d’água ocupando toda a cena.

    O bailarino Dominique Mercy foi outro parceiro de destaque no desenvolvimento de um novo estatuto para o intérprete de dança – o do bailarino-criador.

Sessões às sextas e sábados, às 20h; domingos, às 19h. Até 02/05. Ingressos: R$ 16, R$ 8 (idosos e estudantes), R$ 4 (comerciários).
 
Espaço Sesc – Sala Multiuso – Rua Domingos Ferreira, 160; (21) 2547-0156