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Politeísmo, poligamia e racismo minam terreno de Romney

(Londres, brpress) - Recentes vitórias de Rick Santorum evidenciam que base cristã republicana tem resistência a pré-candidato mórmon. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – A recente vitória de Rick Santorum em três estados evidencia que a base cristã do republicanismo não quer aceitar Mitt Romney porque, supostamente, ele não é tão conservador, ainda que sua congregação (os Mórmons) seja muito hostil ao aborto e à homossexualidade. Sua religião é também a que tem a maior porcentagem de pessoas casadas e com muitos filhos entre todas as dos EUA.

    Esta resistência tem muito a ver com o fato de que  protestantes e católicos, unidos em venerar os dois testamentos, não consideram os correligionários de Romney como cristãos por estarem estes submetidos ao Livro de Mórmon.

Politeísmo

    Ainda que o cristianismo fale de um deus trino ( a Santíssima Trindade), os mórmons afirmam que Jesus e seu Pai são deuses diferentes, que todos eles são humanos de carne e osso que se divinizaram, e que seus correligionários mais fervorosos podem chegar a ser deuses.

    Os evangélicos criticam o Papa por venerar os santos, mas consideram como politeísmo adorar várias divindades. Além disso, veem como antibíblica a tese mórmon de negar o inferno e ver Satã como um irmão de Jesus. Tampouco veem com bons olhos que os mórmons tenham templos e ritos secretos e que batizem seus mortos.

Poligamia

    O cristianismo surgiu há dois milênios pregando o matrimônio entre um só homem e uma só mulher, condenando a poligamia. Mas o mormonismo nasceu há menos de dois séculos repudiando a monogamia dos EUA para propiciar que seus fiéis pudessem ter a maior quantidade de esposas (superando o Islã, que só permite um máximo de quatro) e sugerindo, inclusive, que Deus e Jesus têm várias esposas-deusas.

    Somente em 1890, a pressão oficial fez com que os mórmons se distanciassem da poligamia, ainda que, segundo eles, todos seus primeiros profetas continuam vivendo na eternidade com suas numerosas esposas – e há algumas dissidências que continuam praticando os “matrimônios plurais”.

Racismo

    Todas as religiões aceitaram e promoveram a escravidão, mas quando a maioria das igrejas apoiou a emancipação dos afro-americanos após a guerra civil dos EUA de 1861-65, o Profeta mórmon de então (Young) estigmatizava os negros como uma raça amaldiçoada com a qual seus fiéis não podiam se igualar e que tinha vetada sua presença nas principais cerimônias.

    Apenas há um terço de século isto foi mudado. Mas o Livro de Mórmon diz que aqueles que têm a pele escura é porque seus ancestrais desobedeceram a Jesus.

    Para os cristãos e judeus, os últimos profetas datam de dois milênios atrás, mas os mórmons, desde 1830, sempre têm um Profeta vivo, cuja palavra reflete a de Deus.

    O mormonismo fez grandes esforços para mudar sua imagem “politeísta, poligâmica e racista”. Deixou de apresentar Adão como outro deus, promove a fidelidade conjugal e trata de recrutar não-brancos. Mas os evangélicos os veem como um “culto” e uma competência em seu trabalho missionário.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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