Meio ambiente para ler
(brpress) - Publicação reúne os 50 mais importantes livros sobre sustentabilidade, em menos de 100 dias para a Rio + 20. Por Sérgio Corrêa Vaz.
(brpress) – O título já diz tudo: Os 50 + Importantes Livros em Sustentabilidade (Editora Peirópolis com Instituto Jatobás, 272 págs., R$ 30,00). A publicação, recém-lançada no Brasil, resume os 50 livros mais relevantes em sustentabilidade escritos nas últimas décadas, segundo três mil alunos e pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. O lançamento acontece a 100 dias para o começo da Conferência Internacional Rio + 20, marcada para 13 a 22 de junho.
A ideia de condensar diversas reflexões e propostas variadas sobre economia verde, tema definido como central pela ONU para a Rio + 20, vem a calhar num momento em que mais pessoas buscam informações para se posicionar diante de assuntos e decisões-chave sobre questões que vão afetar a todos – direta ou indiretamente. Exemplos?
Código Florestal e agrotóxicos
A controvertida nova versão do Código Florestal brasileiro, redigida pelo Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados, e o excesso de agrotóxicos na agricultura do Brasil. Ao atingir a cifra de US$ 7 bilhões ao ano em consumo de “defensivos” agrícolas, o país consagrou-se campeão por dois anos consecutivos na categoria, ultrapassando a posição tradicional até então dos EUA.
Tempo curto
Professor sênior do Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge, o autor e coordenador da publicação, Wayne Visser, afirma que “se quisermos efetivamente criar um futuro sustentável (o que até agora não estamos conseguindo fazer), teremos de compartilhar e aplicar em cada país as melhores ideias dos líderes pensadores de todo o mundo”.
Para Visser, “os desafios são enormes e o tempo curto para resolvê-los”. O motivo é simples assim: “Não podemos nos dar ao luxo de perder tempo e esforços repetindo erros ou reinventando ideias de outros”. Ele é autor de mais de 13 livros sobre meio ambiente e sustentabilidade e diretor da CSR International, centro inglês de pesquisas na área de meio ambiente.
Revolução Industrial à revolução ambiental
“A Inglaterra tem sido a referência de produção do conhecimento sobre meio ambiente”, diz Eduardo Jorge, secretário do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo. “A mesma Inglaterra responsável pela Revolução Industrial agora está na linha de frente das questões ambientais”, compara o secretário.
“Para falar de sustentabilidade é preciso falar de consciência”, afirma Beth Feffer, presidente do Instituto Jatobás, que optou pela publicação desse livro como o primeiro de seu selo editorial. “Quem dera pudéssemos estar dentro da nave espacial na missão Apolo 14, quando o astronauta Edgar Mitchell viu a Terra do espaço e deu-se conta de que esse planeta luminoso é a casa de 7 bilhões de humanos e trilhões de outras formas de vida – todas interligadas”.
“Fomos à Lua como cientistas e voltamos como humanistas”, declarou o astronauta, o sexto homem a pisar no satélite, em 1971.
Economia circular
“O ambientalismo convencional não foi capaz de tocar ‘corações e mentes’ “, ressalta Rachel Biderman, consultora em sustentabilidade. Talvez isso explique a ascensão de grupos mais radiciais que promovem ações midiáticas.como o Extinction Rebellion. “A ONU tem tido um papel estratégico em indicar como organizar a presença humana no planeta Terra”, acredita Biderman. Para ela, a Rio+20 deverá trazer à tona dois grandes temas: economia circular, como mecanismo para a erradicação da pobreza, e propostas de estruturas institucionais para o Desenvolvimento Sustentável.
Pra ontem
“Angústia”. É o sentimento dominante no engenheiro florestal e diretor de Meio Ambiente do Instituto Ecofuturo, Paulo Groke. “Qualquer um que esteja se dedicando às questões ambientais está angustiado. Há uma dificuldade de perceber que estamos à beira do abismo. Os avanços obtidos estão muito aquém do necessário”, afirma.
“O manejo do planeta Terra é o nosso plano maior de manejo. Tívéssemos aplicado 10% das propostas já feitas não estaríamos em uma situação tão delicada”, diz Paulo Groke.
Grandes nomes
Os 50 + Importantes Livros em Sustentabilidade traz entrevistas e breves biografias de autores como Rachel Carson (do pioneiro Primavera Silenciosa), dos economistas Jeffrey Sachs e Joseph Stiglitz, Aldo Leopold (precursor do ambientalismo nos Estados Unidos), Buckminster Fuller (arquiteto, engenheiro, inventor e designer), Herman Daly (ex-economista-chefe do Departamento Ambiental do Banco Mundial, ao qual foi atribuída a ideia de “crescimento deseconômico”) e E.F. Schumacher (economista e estatístico inglês, autor de Small is Beautiful, considerado um dos 100 livros mais importantes do Pós-Guerra).
(Sérgio Corrêa, especial para brpress)
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