O bonde sinistro da ministra Daniela Carneiro
‘Daniela do Waguinho’ minimiza apoio político recebido de milicianos, policiais e políticos ligados a milícias e segue no ministério do Turismo.
(brpress) – A ministra do Turismo Daniela Carneiro (União Brasil), eleita a deputada federal com apoio de milicianos e policiais da Baixada Fluminense, seu reduto eleitoral, segue no governo Lula sem ser incomodada, enquanto Juscelino Filho, também ex-deputado do União Brasil tornado e, por enquanto, mantido ministro das Comunicações, segue na corda bamba, após graves denúncias de mau uso e abuso do dinheiro público.
“Daniela do Waguinho” – seu nome de campanha, com referência ao prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro – tem repetido que o apoio político recebido de milicianos, policiais e políticos ligados a milícias não significa compactuar com crimes cometidos por eles. “Inimigos querem me queimar”, disse.
O jornal Extra revelou recentemente que o gabinete de Wagner Carneiro pagou, por meio de funcionários-fantasma, policiais militares da escolta de Fábio Augusto de Oliveira Brasil, o Fabinho Varandão, acusado de chefiar uma milícia.
Jura e Marcinho Bombeiro
Antes de virar ministra, Daniela Carneiro gastou mais de R$ 1 milhão em gráficas fantasmas (objeto de ação no Ministério Público do Rio de Janeiro). Também manteve comprovado elo político com o ex-cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro Juracy Prudêncio, conhecido como Jura, condenado por comandar uma milícia na Baixada Fluminense, e com o ex-vereador Marcio Pagniez, o Marcinho Bombeiro, preso preventivamente sob acusação semelhante.
Juracy Prudêncio foi preso em 2009 sob acusação de chefiar uma milícia, chamada Bonde do Jura, que praticava, segundo a Justiça, ameaças, extorsões e homicídios em bairros de Belford Roxo, Queimados, Nova Iguaçu e São João de Meriti, cidades da Baixada Fluminense.
Condenado a 22 de prisão por homicídio e em regime semiaberto, Jura também foi nomeado, em 2017, como assessor na Prefeitura de Belford Roxo, comandada pelo marido de Daniela.
Milicialização da política
ONGs como Fórum Grita Baixada pediram a demissão de Daniela Carneiro: “Não é possível que um governo que queira representar uma nova perspectiva diante do antecessor use das mesmas estratégias e apoios”, declarou o FGB em nota oficial. “A milicialização da política, especialmente na Baixada Fluminense e Rio de Janeiro significa concretamente aumento das mortes e da violência na região”.
Base aliada
A demissão dos ministros seria um rompimento com o Centrão, colocando em risco reformas e a governabilidade. O presidente da República declarou que “quem fizer errado será convidado a deixar o governo”, na primeira reunião ministerial.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o fato de haver uma imagem “não significa ter ligação com as atividades eventualmente ilegais dessas mesmas pessoas”, mas sugeriu que Daniela preste esclarecimentos.
O teste político-administrativo está colocado para ver qual será a resposta do PT e de outros partidos da base aliada.
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