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A artista chilena Cecilia Vicunã. Foto: Lucy DawkinA artista chilena Cecilia Vicunã. Foto: Lucy Dawkin

Cecilia Vicunã questiona guerra com ecoativismo

Enquanto posta mensagens anti-massacre de civis em Gaza, chama para a mostra Our Ecology: Toward a Planetary Living, após Brain Forest Quipu.

(Londres, brpress) – A artista, poeta e ativista chilena Cecilia Vicunã está a protestar contra a guerra israelo-palestina. É uma voz destemida de julgamentos ao defender o povo palestino. Enquanto posta mensagens anti-massacre de civis em Gaza, chama para a exposição Our Ecology: Toward a Planetary Living, abrindo nesta quarta (18/10), para celebrar os 20 anos do Mori Art Museum, em Tóquio. 

Vicunã está entre os 34 artistas selecionados para questionar o papel da arte ante o impacto da ação da humanidade no planeta, da revolução industrial até a crise climática.O trabalho da artista  dialoga muito com a ecologia. Foi o que vimos na magistral instalação Brain Forest Quipu, que ocupou o Turbine Hall da Tate Modern, em Londres, onde estivemos com ela e conversamos sobre a obra, Amazônia, povos indígenas, política e a dimensão social da arte.

Tudo conectado

Our Ecology… reúne cerca de 100 trabalhos, entre obras históricas e algumas encomendadas especialmente para a exposição. Vicunã está no primeiro segmento, Tudo Está Conectado, que aborda o complexo entrelaçamento do ambiente e/ou ecossistemas com a atividade humana. Não poderia ser diferente.

 “A Terra é o cérebro da floresta e o quipu manifesta todas as suas interconexões”, disse Vicunã sobre a instalação de 27 metros na Tate que, combinada com áudios de rituais indígenas e imagens de povos originários  amazônicos e andinos, foi a obra mais ambiciosa da artista até então.

A estrutura fantasmagórica foi criada com um mix de técnicas e práticas da artista – diversos materiais, incluindo ossos, pele de cobra, tecidos e pedaços de artefatos recolhidos por mulheres de comunidades latino-americanas à beira do Tâmisa.

 
 
 
 
 
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 Brain Forest Quipu representa as delicadas intersecções e entranhas do ecossistema e o luto por sua destruição. Quipu é uma tradição da cultura andina de que Vicunã se apropria para expressar seu ativismo e exortar o público a se engajar em causas ambientais.

“Os povos andinos não escrevem. Eles tecem textos com significados e sentimentos”, diz Cecilia Vicunã.

“É um poema materializado, uma metáfora tátil de que tudo está entrelaçado”, explica a artista, vencedora do Leão de Ouro na Bienal de Veneza pelo conjunto da obra, que segue explorando conexões entre vidas, natureza e cosmos por mais de meio século, sem desvincular arte de ativismo.

Encontros do Quipu

Cecilia Vicunã partiu para Londres em exílio, após o golpe militar no Chile, em 1972. Fundou o grupo Artistas pela Democracia, que segue na ativa. Continuidade é algo importante em seu trabalho, assim como manter o diálogo sobre os temas abordados.

Nesse sentido, os Encontros do Quipu, promovidos pela artista a partir da exposição Spin Spin Triangulaire, no Guggenheim Museum, criam redes e processos entre pessoas interessadas em ambientalismo, independente dos períodos das exposições e lugares. 

#brpressconreudo #ceciliavicuna #ambientalismo #quipu

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