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Michel Waisman é Hamlet em Shakespeare Embriagado. Foto: Marcos MoraesMichel Waisman é Hamlet em Shakespeare Embriagado. Foto: Marcos Moraes

Um Shakespeare Embriagado e outro feminista 

Atores e platéia bebem durante encenação anárquica de Hamlet enquanto autora investiga desobediência nas mulheres do Bardo.

(São Paulo, brpress) – Parece que Shakespeare nunca sai de moda. Talvez porque a obra do Bardo é alvo de infinitas adaptações – quase todas com alguma ou muita licença poética. É o caso de Shakespeare Embriagado, montagem de Hamlet em que os atores (e o público) bebem em cena. Não à toa, a peça acontece num híbrido de teatro alternativo e bar, o Espaço Manivela, às quartas e quintas, às 20h30.

Os ingressos para Shakespeare Embriagado (R$ 120, inteira e R$60, meia) incluem drinks para serem degustados enquanto a encenação do clássico inglês se desenrola de modo anárquico e até divertido. A inovação é o que mais conta nesta versão da conhecida história do príncipe dinamarquês que busca vingar a morte do pai executada pelo seu irmão. Cláudio, que tomou seu trono e sua mulher. 

“O tempo e o álcool podem alterar a forma de contá-la, mas nãoseu conteúdo”.

Dagoberto Feliz, diretor

Faz sentido, já que não, os atores não ficam de porre. Bebem um pouco, mas um dos atores bebe um pouco a mais, seja uísque ou tequila acompanhado, na primeira dose, por um espectador, para provar a veracidade da bebida. Improvisam sim, e muito, sobre o texto original, escrito entre 1599 e 1601, com música ao vivo. 

Trago compartilhado 

Hamlet explora temas como traição, vingança, incesto, corrupção, moralidade e loucura. E Shakespeare Embriagado não é diferente. Entretanto, mais etílico. Aviso aos navegantes: integrantes da plateia também podem ser escolhidos como parte da “trupe de atores” ou como o “fantasma do rei”. Portanto, se beber, perca a vergonha.  

Cada show é diferente do outro e elege um “patrono” – um espectador que terá uma “experiência premium”: um trono real com coquetel da casa e tomada de decisões, obrigando os atores a improvisarem mas manter o prumo nos  “quiprocós rocambolescos”, como define o diretor, da família do príncipe Hamlet, vivido com graça e circunstância por Michel Waisman. Outros destaques do elenco são Gertrudes (Bruna Assis) e Ofélia (Lívia Camargo).

Shakespearianas

Aliás, as mulheres são um caso à parte na obra de Shakespeare, Por isso, a escritora Nara Vidal, especializada em língua inglesa, escreveu Shakespearianas: As Mulheres em Shakespeare. O livro reúne ensaios que analisam e resgatam quinze personagens femininas, protagonistas e coadjuvantes, da obra do dramaturgo, de Julieta à Ofélia.

Essa leitura da obra de William Shakespeare a partir das personagens femininas é tema do podcast 451 Mhz, produção da revista de literatura Quatro Cinco Um. Vidal comenta a complexidade e as nuances narrativas dessas figuras, que fogem aos padrões esperados para mulheres da época. 

Shakespeare Embriagado fica em cartaz por tempo indeterminado, e dia 25/01, feriado em São Paulo, devido ao aniversário da cidade, não haverá espetáculo. 

(Juliana Resende, brpress)

#brpresscon etude #shakespeare

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