Jane Austen: verve bicentenária
(brpress) - Clássico literário Orgulho e Preconceito, obra-prima de Jane Austen, completa 200 anos e tem relançamento de luxo, bilíngue.
(brpress) – A escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), cujo 196o. aniversário de morte foi recém-completado, será a segunda mulher da história britânica a estampar uma nota de libra esterlina (£10). O motivo da homenagem é o bicentenário, completado em 2013, do livro Orgulho e Preconceito, considerado um clássico e escrito em 1797.
Jane Austen não imaginava a magnitude que o livro teria ao longo de dois séculos. Além de ser considerada como uma das maiores figuras da literatura inglesa, ela representa um exemplo de escritora cuja vida protegida e recatada em nada reduziu a estatura e o dramatismo da sua ficção.
Em homenagem aos 200 anos de sua publicação, a obra está sendo relançada em edição de luxo, bilingue português-inglês: Orgulho e Preconceito/Pride and Prejudice (Editora Landsmark, 400 págs., R$ 32,00). Jane Austen começou a escrever seu segundo romance antes de completar 21 anos de idade.
Falsas impressões
O livro original foi lançado em 28 de janeiro de 1813, após a venda dos direitos autorais para o editor Thomas Egerton, de Whitehall, por £110. Orgulho e Preconceito mostra, de forma satírica e muito autëntica, o conflito entre aristcracia e plebe na Inglaterra pré-vitoriana, transcendendo o preconceito causado pelas falsas primeiras impressões e adentrando nas relações psicológicas. Com isso, mostra como o autoconhecimento pode interferir nos julgamentos errôneos feitos a outras pessoas.
As emoções e os sentimentos devem ser decifrados por quem decidir mergulhar na obra de Jane Austen, visto que se apresentam encobertos nas entrelinhas do texto e que texto! A escritora demonstra sua habilidade em expressar a discriminação de maneira sutil e perspicaz, ao transmitir mensagens complexas valendo-se de seu estilo ao mesmo tempo simples e espirituoso.
Casamentos arranjados
O tema de Orgulho e Precnceito é contemplado logo na frase inicial, quando a autora menciona que um homem solteiro e possuidor de grande fortuna deve ser o desejo de uma esposa. Com esta citação, Jane Austen assume o foco da trama: os relacionamentos e os casamentos arranjados de acordo com os interesses econômicos e sociais, em detrimento de outros sentimentos.
A história aborda a relação entre Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy – o famoso Mr. Darcy (revivido numa versão pós-moderna mas igualmente pedante, tímido e bom moço nos filmes de Bridget Jones), na Inglaterra rural do século 18.
Lizzy tem outras quatro irmãs, nenhuma delas casada devido à situação modesta da família – não fazem parte nem da aristocracia nem da burguesia ascendente e abastada. Quando o Sr. Bingley, jovem bem-sucedido, aluga uma mansão próxima da casa dos Bennet, a Sra. Bennet vê nele um possível marido para uma de suas filhas.
Falsos sentimentos
Enquanto o “futuro pretendente” é visto com bons olhos pela família desejosa de casar as filhas, Darcy, por seu jeito frio, é mal falado. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele, por ele ter ferido seu orgulho na primeira vez em que se encontram. A recíproca não é verdadeira.
Mesmo com uma má primeira impressão, Darcy realmente se encanta por Lizzy, sem que ela saiba do fato. O livro mostra a evolução do relacionamento entre eles e os que os rodeiam, retratando, desse modo, a sociedade inglesa do final do século 18.
Considerado a obra prima de Jane Austen, Orgulho e Preconceito ganhou diversas versões para o cinema e televisão, sendo a mais recente lançada em 2005, com interpretações de Keira Knightley e Matthew Macfadyen nos papéis principais.