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Diana Melo (ponta esq.) e Angela Silva (centro dir.) com Silvia Souza, Siobhán Wills e Cahal McLaughlin, em Berna.DDiana Melo (ponta esq.) e Angela Silva (centro dir.) com Silvia Souza, Siobhán Wills e Cahal McLaughlin, em Berna.

Mulheres denunciam violência rural no Maranhão

Guerra ecológica tem mais de 600 pessoas ameaçadas de morte e até 40 mil famílias em risco no bioma Amazônia-Cerrado.

(brpress) – No Dia Internacional das Mulheres Rurais (15/10), trazemos o depoimento de Raimunda Nonata Costa da Silva, defensora de direitos humanos e líder da comunidade Boa Hora III, Quilombo Marmorana, no Maranhão. Ela foi ouvida no novo documentário dos diretores de Agora Eu Quero Gritar (Right Now I Want to Scream, Brasil/Reino Unido, 2020) sobre violência rural contra quilombolas

Raimunda teve uma participação brilhante no webinar sobre as múltiplas formas de violência rural enfrentadas pelas comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais da Amazônia e nas grandes áreas vizinhas na junção do bioma Amazônia-Cerrado.

Com a presença de Mary Lawlor, relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Situação dos Defensores dos Direitos Humanos, Raimunda fez um paralelo entre violações de direitos, intensificadas durante o governo Bolsonaro, e expectativas de mais ação e menos retórica do governo Lula.

Ameaças

“É muito desastre no Maranhão e somos poucos na linha de frente”, disse Angela Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Maranhão (FETAEMA), num dos eventos paralelos à reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizados por ONGs em em Genebra e Berna, na Suíça

Angela se emocionou ao descrever a situação enfrentada pelos defensores dos direitos humanos e do meio ambiente no estado, que teve aumento de 0,3% nas mortes violentas intencionais registradas no primeiro semestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. De modo geral, os números vão na contramão do país, que apresentou uma queda de 3,4% no mesmo período.

Guerra ecológica

“Atualmente, mais de 600 pessoas estão ameaçadas de morte”, relatou Angela. “Quando junta tudo, chegamos a até 40 mil famílias em risco”, contabiliza, referindo-se a comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais do bioma Amazônia-Cerrado, onde acontecem as chamadas guerras ecológicas.

“Dos 217 municípios maranhenses, 215 têm disputas de terras e 55 estão em conflito agrário, somando mais de 1 milhão de hectares”.

Angela Silva, presidente da FETAEMA

Segundo Angela, o Maranhão tem “uma guerra” onde trabalhadores rurais e pequenos agricultores estão defendendo o meio ambiente dos grandes projetos de desenvolvimento, encabeçado pelo agronegócio multinacional.  Ela define a situação como “uma disputa desigual e desleal,  com muito desmatamento, muito uso de agrotóxicos e um aumento de contaminação do sol, que está levando à desertificação de algumas áreas”.

Diana Melo (no vídeo acima), da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), denunciou ameaças que os ativistas de direitos humanos no Maranhão enfrentam. “Diante dos assassinatos e ameaças, focamos na proteção dos defensores de direitos de forma coletiva”, diz Diana.

“Essas pessoas estão naquelas terras há gerações, portanto, têm direito a continuar vivendo nestes territórios”.

Diana Melo, SMDH

De janeiro a junho de 2023, o Maranhão teve 866 mortes violentas entre homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte. O quadro não mudou muito com relação ao primeiro semestre de 2022, quando foram contabilizadas 863 mortes.

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