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(Londres, brpress) - Caso haja segundo turno entre os candidatos, seria a primeira vez na história sul-americana que se daria este tipo de disputa entre a centro-esquerda nacionalista e a antiga ditadura de direita. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Neste domingo (10/04), os peruanos vão às urnas. Segundo as leis peruanas, naquele país não se podem publicar as pesquisas uma semana antes das eleições. No entanto, isso pode ser feito no exterior.

De acordo com as pesquisas que vêm sendo divulgadas, Ollanta Humala venceria o primeiro turno com uma porcentagem próxima a 30% do que deu a vitória inicial nas eleições presidenciais passadas, em 2006, ao primeiro colocado.

A questão é saber quem disputaria com ele o segundo turno. As últimas pesquisas coincidem em apontar que Keiko Fujimori vem superando em intenções de voto ao centro-direita ou à direita “moderada” de Toledo, PPK e Castañeda.

Caso haja um segundo turno entre Humala e Fujimori, esta seria a primeira vez na história sul-americana que se daria este tipo de disputa entre os representantes da centro-esquerda nacionalista versus os de uma antiga ditadura de direita.

Meio e fujimorismo

Este seria o cenário ideal para ambos os candidatos, pois obrigaria aos que estão no meio a se definirem. Tendo Fujimori como rival, Humala sentirá que tem mais possibilidades de ganhar a presidência pois, diferentemente de Alan García há cinco anos, ela não terá a agregar à sua candidatura o “centro”.

Humala, por sua parte, já não gera os mesmos anticorpos de 2006, na medida em que foi se distanciando da Venezuela e aproximando-se do lulismo brasileiro. No entanto, não se pode descartar uma significativa votação do fujimorismo.

Keiko sabe que, lutando contra Ollanta, ela tem melhores chances de capitalizar o voto dos “moderados”. No pior dos casos, se ela não vencer, se converterá na principal figura de oposição ao novo governo.

BOX – Esquecidos peruanos que vivem no exterior

(Londres, brpress) – Um dos setores mais ignorados pelos candidatos nas eleições peruana são os 3 ou 4 milhões de peruanos que residem fora de seu país. Por seu número significativo e pelos ingressos que produzem paro o país, são a segunda região daquela nação.

Sem dúvida, diferente de todas as demais regiões, o Estado não gasta com eles quase nada. Suas remessas são uma de suas  principais fontes de divisas, mas a eles provê pouca assistência em seus sérios problemas de saúde, imigração, racismo, moradia, etc.

Há uma década vem-se falando sobre a criação de um distrito eleitoral para eles, mas novamente isto não aconteceu. Para o atual Congresso, a diáspora peruana há de votar pelos candidatos de Lima. Com isso, se anula sua própria voz, pois são obrigados a escolher entre candidatos que não conhecem seus problemas nem são conhecidos por eles.

Hipertrofia-se o distrito eleitoral maior que há (o da capital) e, ao mesmo tempo, causam um grande problema aos moradores de Lima, pois muitos candidatos que são populares nesta região podem ficar fora do parlamento devido a que os votantes do exterior não os conhecem e não os respaldam nas urnas.

Comparação

O relativo descuido que se dá aos peruanos do exterior contrasta com o modelo de outros países latino-americanos.

A situação dos  20 ou 30 milhões de mexicanos (ou seus descendentes) nos EUA é motivo de encontros especiais entre os mandatários de ambos os países. Os governos da Nicarágua e de El Salvador, apesar de suas raízes guerrilheiras, mantêm o Tratado de Livre Comércio com Washington e buscam acordos com os EUA devido, em grande parte, à grande importância que têm seus compatriotas naquela potência e às remessas que são geradas a partir daquele país.

No Congresso da Colômbia há um parlamentar eleito exclusivamente pelos que vivem fora. O Equador seguiu os passos da Itália, França e Portugal, permitindo que seus cidadãos no exterior tenham vários representantes na Assembléia. Estes chegam a representar em torno de 5% da anterior constituinte e de seu atual Parlamento.

Correa conseguiu transformar em uma de suas principais bases os equatorianos do exterior. A fim de ganhar seu apoio, criou as Casas Equatorianas e tem uma Secretaria  Nacional do Migrante.

O distrito eleitoral que mais votou no atual presidente peruano foi o dos peruanos no exterior, ainda que eles, em troca, não tenham recebido muito.

Devido à pouca diferença de votos que pode haver entre os vários candidatos, o descuido pelo voto dos peruanos no exterior poderá ter um papel importante em suas respectivas campanhas.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina, pela London School of Economics. Tradução de Angélica Campos. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Twitter @brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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