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Alá, Ali e Alawi

(Londres, brpress) - Estes três nomes servem para entender melhor a Síria, centro da maior guerra civil no mundo árabe. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Alá, Ali e Alawi. Estes três nomes servem para entender melhor a Síria, centro da maior guerra civil no mundo árabe. Foi neste país que os jornalistas Mary Colvin, do jornal britânico Sunday Times, e o francês Rémi Ochlik, fotógrafo da agência IP3 Press, foram mortos nesta quarta (22/020, na cidade sitiada de Homs, quando bombas atingiram o Centro de Mídia.

    Alá é o deus único e invisível de milhões de muçulmanos, que acreditam que o último Profeta foi Maomé, Ali (600-661), foi primo e genro de Maomé e seu mais próximo parente masculino.

    Após a morte de Maomé, os seguidores de Ali sustentaram que a linha de continuidade deveria permanecer em um de seus familiares, o qual deveria ser um    “ímã” infalível que guiaria os fiéis em sua religião.

    O “partido de Ali” (em árabe, xiita) é originário do ramo que corresponde a 10% dos muçulmanos. E seus opositores (os sunitas), que correspondem a 90% dos muçulmanos, são mais “horizontais” e acreditam que os fiéis devem se relacionar diretamente com Alá, sem intermediários.  

Fração do xiitismo

    Alawi é uma fração do xiismo surgida entre os antigos hititas da costa síria. Seus atuais 4 milhões de adeptos antes eram vistos como pobres párias pelo resto do Islã. Mas sua situação começou a mudar quando, em 1963, o Partido Socialista Baath, do alawi Zaki al-Arzusi, tomou o poder na Síria e depois quando, em 1970, a família alawi Assad conquistou a presidência.

    Enquanto os sunitas dominam ou dominaram todos os países islâmicos (salvo o Irã, que é o único regido pelo clero xiita, mas incluindo o Bahrein e o Iraque, onde são superados numericamente pelos xiitas), na Síria, apesar de representarem 74% de seus 20 milhões de habitantes, eles têm um mandatário do clero alawi ( que corresponde a mais ou menos 12% de sua população).  

‘Guerra santa’

    Os alawis estão divididos em clãs e a crise síria não se deve a que estes dominem os sunitas. No entanto, as recentes matanças neste país fizeram com que distintos grupos ligados à Arábia Saudita, à Irmandade Muçulmana do Egito e à Al Qaeda decretassem uma “guerra santa” para proteger a maioria sunita síria contra os “infiéis” alawitas.

    Todos os sunitas aceitam os xiitas como muçulmanos, mas o mesmo não acontece com relação aos  alawis, que muitos consideram hereges. Isto se deve ao fato de que os alawis, ainda que aceitem os preceitos do Islã, não exigem de seus fiéis a obrigatoriedade de frequentar mesquitas, jejuar ou peregrinar a Meca.

Religião muçulmana secreta

    Além disso, os alawis combinam o Corão com cultos a Platão e Sócrates, celebrações de raiz cristã como Natal, Páscoa e Dia de Reis,  comunhão com pão e vinho e a astrologia de Zoroastro.

    Assim como os drusos que residem nas montanhas entre a Síria, Líbano e Israel, os alawis têm uma religião muçulmana secreta que os predispõem a ser bons nos serviços de inteligência e na guerra.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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