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Nova Líbia?

(Londres, brpress) - Rebeldes sírios, como antes se passou com os líbios, apesar de se autoproclamarem democráticos, recebem seu principal apoio das monarquias mais despóticas da península arábica. Por Isaac Bigio.

(Londres, brpress) – O secretário de relações exteriores britânico William Hague declarou que uma nova operação externa contra Síria é possível, mas que requerirá mais recursos e uma maior coalizão internacional do que a que se deu contra a Líbia.

Síria e Líbia se confundem porque são dois países que compartilham a mesma língua árabe e uma pronúncia similar. Assad, o mandatário da Síria, é hoje o alvo preferido da mídia ocidental, tal e qual o foi, até há pouco tempo, Kadafi, o ditador assassinado e ex-homem forte da Líbia.

Regimes irmãos

Desde os anos 1960, Síria e Líbia tiveram ditaduras nacionalistas lideradas por autocratas avessos ao liberalismo, que foram amigos da União Soviética e se proclamaram socialistas, anti-imperialistas, antisionistas e adeptos da unificação dos árabes em uma grande nação contraposta ao Ocidente.

O partido governante sírio (o Baath) é o mesmo de Hussein no Iraque, que também foi aliado de Kadafi, Estes três regimes converteram-se em demônios após uma tentativa de se reconciliarem com o Ocidente e de se desfazerem de suas armas mais poderosas.

Cartilha diferente

O Irã, por sua vez, evitou um cerco militar empregando uma estratégia diferente, acelerando seus programas de energia nuclear e fomentando grupos armados contra Israel. Um modelo que os aiatolás seguem é o da Coreia do Norte, o qual conjura possíveis invasões construindo mísseis atômicos de longo alcance.

Apoios suspeitos

O que estamos vendo na Síria é a repetição do que ocorreu na Líbia. O filho de Assad, assim como inicialmente se deu com o filho de Kadafi, foi elogiado como um modernizador, quase um ocidental. No entanto, quando ambos se opõem a seguir o script determinado pelos EUA e a fazer mais concessões e a liberalizar o país ante as pressões populares, as grandes potências juntam-se para depô-los, enquanto seus aliados na região financiam e armam a oposição.

Os rebeldes sírios, como antes se passou com os líbios, apesar de se autoproclamarem democráticos, recebem seu principal apoio das monarquias mais despóticas da península arábica. Se as ditaduras em decomposição massacram civis, boa parte das matanças de mulheres, crianças e minorias étnicas são perpetradas pelos supostos “combatentes pela liberdade”, tão ligados aos repressores de direitos humanos nas petromonarquias árabes.

Mesmas soluções?

Assim como na Líbia, grupos integristas islâmicos, provenientes do tronco da Al Qaeda, aparecem para minar o regime que o Ocidente quer derrubar, gerando um caos que ajuda as forças pró-EUA a avançar.

No momento, não há condições para uma intervenção estrangeira, mas para que esta se dê é preciso que a Rússia e a China suspendam seus vetos no Conselho de Segurança da ONU e  também impedir que o Irã, aliado próximo da Síria, intervenha militarmente a seu favor.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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