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Beth Goulart em cena de Simplesmente EuBeth Goulart em cena de Simplesmente Eu

Atrizes arrasam como escritoras

(São Paulo, brpress) – Beth Goulart e Rosaly Papadopol vivem Clarice Lispector e Hilda Hilst, respectivamente, fazendo por merecer prêmios. Por Lucianno Maza

(São Paulo, brpress) – Representar um personagem real e conhecido é um dos maiores desafios na carreira de qualquer ator. O resultado pode ser desastroso ou memorável. No teatro, na televisão e, principalmente, no cinema, temos alguns exemplos de atores e atrizes que incorporaram suas personagens com uma interpretação inesquecível. É este o caso dos trabalhos imperdíveis das atrizes Beth Goulart e Rosaly Papadopol.

Enquanto Beth dá vida à Clarice Lispector, Rosaly vivencia Hilda Hilst. Em comum entre elas estão as semelhanças com suas homenageadas, o caráter pessoal dos projetos e o fato das duas terem recebido prêmios como melhor atriz de 2009: Beth, no Rio (onde estreou), com o Prêmio Shell, e Rosaly, em São Paulo, com o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte).

Simplesmente Clarice

Apesar de não ter produzido uma obra dramatúrgica extensa (escreveu uma única peça teatral), Clarice Lispector, um dos maiores nomes da literatura brasileira, é presença constante em nossos palcos, graças a adaptações de sua obra, e à algumas montagens dedicadas à sua vida.

No primoroso Simplesmente Eu, Clarice Lispector, Beth Goulart apresenta um retrato multilateral da escritora, nascida na Ucrânia mas que logo mudou-se para o Brasil. A atriz, que também dirigiu o espetáculo com a supervisão de Amir Haddad, criou um roteiro calcado em entrevistas e correspondências, mas que evoca, também, personagens de livros célebres de sua história, mostrando, de forma interessante, o quanto a obra dialoga com a visão de vida da biografada – como se as mulheres fictícias fossem extensão dela própria, a mulher real.

Em atuação antológica, Beth compõe sua Clarice com uma técnica irrepreensível, e com um preciosismo que se confirma na sofisticada construção vocal e rítmica, e no domínio e fluidez com o qual ela transita pelas cenas, sempre vestida em elegantes figurinos de Beth Filipeck.

Espírito de Hilda

Profícua, a paulista Hilda Hilst – uma das autoras mais transgressoras de nossa literatura –, por muito tempo foi marginalizada e tem tido sua obra redescoberta na última década, inclusive pelos artistas de teatro que, raras vezes, representam as peças que ela escreveu, optando por encenar seus textos não-teatrais.

Com roteiro de Gaspar Guimarães, o visceral Hilda Hilst – O Espírito da Coisa, é fruto de uma longa pesquisa da atriz Rosaly Papadopol. O espetáculo, que consiste numa verdadeira colcha de retalhos, costura bem diferentes fragmentos de poesias, romances, contos e crônicas da escritora, além de cartas e declarações.

Trata-se de uma estrutura ousada, que não segue um tom linear, e que reverbera na encenação de Ruy Cortez, valorizando, com diferentes direções, cada segmento.

Com uma interpretação apaixonada, Rosaly se entrega totalmente à Hilda, com grande sensibilidade e consciência, recriando a figura mítica da escritora e suas personagens. Aqui, mais uma vez, cabe destacar os figurinos, em especial os exuberantes quimonos de Anne Cerutti.

(Lucianno Maza, do Caderno Teatral/Especial para brpress)

Simplesmente Eu, Clarice Lispector

Sessões: sextas e sábados, às 19h30; domingos, às 18h.
Ingressos: R$15,00.

CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) – Rua Álvares Penteado, 112; (11) 3113-3651

Hilda Hilst – O Espírito da Coisa

Sessões: quintas a sábados, às 21h.

Ingressos: R$20,00.

N.Ex.T. (Núcleo Experimental de Teatro) – Rua Rego Freitas, 454; (11) 3259-9636

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