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FOTO - Sílvia Lourenço vive a delegada novata Diana na série Bipolar.DivulgaçãoFOTO – Sílvia Lourenço vive a delegada novata Diana na série Bipolar.Divulgação

Bipolar: dois lados da vida policial

(brpress) - Série exibida pelo Canal Brasil se destaca pela fotografia, ritmo acelerado, qualidade de cinema e violência policial, mas perde em clichês. Por Gabriel Bonis.    
(brpress) – Retratar a vida policial é algo comum no universo televisivo. Os exemplos são diversos e vão de CSI à brasileira 9 MM. A partir de 02/09, às 0h, o Canal Brasil traz para o público brasileiro mais um integrante do estilo: a série semanal Bipolar, que vai ao ar toda quinta-feira.
 Filmada em oito semanas e com personagens baseados em indivíduos reais da polícia brasileira,  garantindo o espírito inovador da emissora em meio a uma edição acelerada, cortes rápidos e enquadramento diferenciado.

Na pressão

Baseada no filme Inversão, também de Edu Felistoque, ainda inédito no Brasil, mostra a história de uma delegada recém-formada, pressionada ao limite para resolver o sequestro de um empresário, Bipolar é uma espécie de “filhote” focado no trio de policiais do longa.

“Esse projeto começou em Toronto, onde Inversão ganhou o prêmio de melhor trilha. Nós tínhamos 30 minutos para falar do filme, mas acabamos ocupando uma hora e meia, porque o público queria saber mais do universo dos personagens”, comenta Felistoque, que também assina a direção geral da série.

Realidade

A série mostra os dramas particulares de três policiais, que acabam interligados por um assassino. A inexperiente delegada Diana (Sílvia Lourenço) busca evoluir na carreira, mas não consegue grandes casos, até que a Doutora Rocha (Priscilla Alpha) reúne os investigadores Carlão (Rodrigo Brassoloto) e Latrina (Sérgio Cavalcante), para investigar a morte de um rapper famoso e formar uma equipe que irá ensiná-la a realidade da profissão.  

Apesar dos personagens apresentarem grandes conflitos pessoais e passarem por situações traumáticas, o nome da série, segundo o diretor, não tem relação com os aspectos do transtorno mental, mas procura evidenciar os dois lados da vida na corporação. “O ambiente policial é muito difícil. Às vezes, o policial tem que matar uma pessoa de manhã e a noite beija o filho como se nada tivesse acontecido”, afirma Felistoque.

Violência e clichês

Com atuações a princípio fora de tom, mas que acabam se ajustando, os personagens principais têm seus dramas utilizados como foco de tensão e ferramenta para abordar temas como eutanásia, violência policial, estupro e poder da mídia.

Porém, a série não consegue abandonar diálogos clichês que retratam a corporação por alguns estereótipos como o da delegada durona e a novata “incapaz”. Além de recorrer frequentemente à músicas para fechar um episódio e mostrar uma figura caricata da imprensa.  

Tortura

Apesar de se repetir em alguns recursos de roteiro, como o fato de os personagens terem pesadelos com momentos chaves de suas vidas,  Bipolar foge do convencional ao mostrar os laços criminais dentro da polícia, trazendo em diversos momentos os investigadores Carlão e Latrina em cenas de tortura física, uso de drogas e até mesmo assassinato.
    
Com uma fotografia impecável para televisão, alcançada graças à filmagem dos 12 episódios de 25 minutos da primeira temporada com a câmera RED 4K, as cenas proporcionam ao espectador qualidade e profundidade de cinema. Isso graças também a uma iluminação caprichada e simples.

Cinema na TV

“Bipolar tenta aproximar a linguagem da televisão ao cinema. Esse formato de se fazer cinema para televisão é algo para se pensar. Temos o exemplo do filme Verônica, que teve carreira razoável nos cinemas e quando foi para televisão marcou altos índices de audiência”, diz o diretor-assistente Thiago Maia.

Humor

A série também traz bons momentos de humor em meio à tensão provocada pelo ritmo quase alucinante da montagem com cortes rápidos, efeitos estilísticos e histórias contadas de forma não linear. “Passamos pelo roteiro, filmagem e depois remontamos isso tudo de novo na pós-produção” conta Edu Felistoque.  

O formato com 25 minutos de duração por episódio foi uma condição da Globosat HD, mas para o diretor-geral, isso não atrapalha o programa, que já possui roteiros em fase de preparação para uma eventual segunda temporada. Além de negociações com dois canais de televisão aberta.

(Gabriel Bonis/Especial brpress)
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