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Israel X Irã

(Londres, brpress) - O Irã é tido por Israel como o grande mentor de seus inimigos, pois os aiatolás sustentam os dois principais movimentos armados antisionistas (Hamas e Hezbollah) e suas zonas de influência se estendem à Síria, Iraque e Afeganistão. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Tradicionalmente, Israel tem considerado como seus principais inimigos no Oriente Médio seus vizinhos e outros países árabes. Mas, com a queda de Hussein e Gadafi, o Irã passou a ser considerado como sua maior ameaça.

O Irã não é um país árabe nem sunita, não tem fronteiras com Israel nem com nenhum país fronteiriço ao Estado judaico, algo diferente do Iraque e da Líbia. O Irã fala  persa, um idioma indoeuropeu que está mais próximo do castelhano do que do árabe (irmão do hebraico); seu credo oficial é o xiita (a segunda variante do Islã, depois do sunita); e seu regime depende do clero (algo diferente do que ocorre nas repúblicas seculares nacionalistas árabes e nas monarquias sunitas).

Revolução islâmica

Quando Israel guerreou com seus vizinhos (1947-48, 1956, 1967 e 1973), o Irã era um dos principais aliados dos EUA na região – algo que se rompeu quando seu rei foi deposto por uma revolução islâmica massiva, em 1979. Israel esteve em guerra quatro vezes com o Egito, três vezes com a Síria e duas vezes com a Jordânia, além de ter invadido o Líbano várias vezes, mas, com o Irã, nunca teve um choque direto.

Depois do “empate” de 1973, Israel devolveu todo o Sinai (mas não Gaza) ao Egito, em troca de que este estabelecesse relações diplomáticas, que duram até hoje. A Jordânia logo seguiu esta rota e sua monarquia se consolidou, em parte, graças à ajuda de Tel Aviv para sufocar radicais e palestinos.

Irmandade palestina

A Síria, em crise, não é um perigo para Israel, que, inicialmente, preferia o governo alauíta antes que corresse o risco de que radicais sunitas o depusessem. Para Tel Aviv, um grave perigo consiste em que a Irmandade Muçulmana do Hamas palestino chegue ao poder no Cairo e em Damasco.

No entanto, à medida em que os alauítas foram se identificando como xiitas aliados de Teerã, Israel tendeu a simpatizar mais com uma mudança sunita “moderada” impulsionada pela Turquia e as petromonarquias do Golfo.

Pedra no sapato

O Líbano e os palestinos continuam sendo uma pedra no sapato hebreu. O primeiro é um país frágil e desestruturado, mas ali o partido mais forte é o xiita pró-iraniano Hezbollah, que se vangloria de ser o único movimento árabe que derrotou uma invasão israelense. Os palestinos não têm a capacidade militar de destruir o Estado hebreu, mas causam muito desgaste interno e internacional a Israel.

O Irã é tido por Israel como o grande mentor de seus inimigos, pois os aiatolás sustentam os dois principais movimentos armados antisionistas (Hamas e Hezbollah) e suas zonas de influência se estendem à Síria, Iraque e Afeganistão.

Petróleo

Israel não pode dar-se o luxo de entrar em uma guerra unilateral com o Irã sem o aval dos EUA, que teme um colapso em suas provisões petrolíferas provenientes do golfo Pérsico se uma guerra na região for declarada.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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