Street style na London Fashion Week AW23: influências de Vivienne Westwood. Foto: Deborah Iona/British Fashion Council London Fashion Week celebra estilo punk com homenagem à Vivienne Westwood
Espírito disruptivo e ativismo da estilista inspiram semana da moda de Londres, enquanto mercado procura novos caminhos para criar e consumir.
(Londres, brpress) – Após uma semana de moda marcada pelo funeral da rainha Elizabeth II, com desfiles cancelados e e um tom sóbrio, a London Fashion Week Outono-Inverno23 (LFW AW23), que acontece de 17 a 21/02, também começou com um rito fúnebre. A outra rainha, a do estilo punk Vivienne Westwood, morta em em dezembro último, aos 81 anos, foi homenageada numa missa em sua memória, na catedral de Southwark.
Apesar de o British Fashion Council dedicar esta edição da LFW ao legado de Vivienne, a cerimônia ficou de fora do calendário oficial. Mas foi como se um destile de Viv – sempre um evento no melhor estilo punk – estivesse acontecendo. Foi um encontro da realeza do estilo britânico com os poderosos da indústria da moda e do meio artístico. Contemporâneos de Westwood, como os estilistas Zandra Rhodes e Paul Smith, se juntaram a jornalistas, celebridades e artistas.
Os looks dos convidados pareciam também homenagear a irreverência de Westwood, no melhor estilo punk. O veterano ator e diretor Richard E. Grant usava um pequeno chapéu estiloso e a atriz Helena Boham Carter, cliente fiel, claro, estava toda de Westwood ao lado de Andreas Kronthaler, viúvo da designer.
Fãs sem “títulos” de Vivienne que, como ela, vêm do proletariado, também mostraram o quanto o xadrez, plataformas, rasgos, meias arrastão e o mish-mash punk influenciaram todas as gerações pós-punk. O street style da LFW segue reverenciando Dame Viv.
Canja de Cave e Hynde
Vanessa Redgrave, rosto da nova campanha da Burberry, acompanhada de sua filha Joely Richardson, além do cantor Nick Cave e da cantora Chrissie Hynde – que deram uma canja num ponto alto durante o serviço. O vocalista do Duran Duran, Simon Le Bon, e o criador do Live Aid, Bob Geldof, também compareceram.
Lucinda Chambers, ex-editora de moda da Vogue, comentou no seu Instagram que o memorial foi ao mesmo tempo “comovente e edificante”. Estes prometem ser os sentimentos que os designers pretendem expressar nesta temporada.
Com o British Fashion Council cada vez envolvido em sustentabilidade e buscando soluções para um mercado preocupado com a atual crise financeira agravada pela pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado de moda procura mostrar novos caminhos para criar e consumir.
Coletivo ucraniano
No programa oficial da LFW AW23 há um coletivo ucraniano, com os designers Frolov, Kseniaschnaider e Paskal apresentando suas criações. Enquanto a marca de moda adaptativa Unhidden desfila sua coleção com 30 modelos com deficiências, e a brasileira Karoline Vitto aposta na sensualidade em tamanhos inclusivos, os estilistas turcos Erdem Moralioglu, diretor-criativo da Erdem, e Bora Aksu, vem arrecadando fundos para enviar à Turquia e Síria, após o terremoto.
De resto, espera-se o hype usual em torno dos desfiles de JW Anderson, neste domingo (19/02), com a participação da companhia de dança de Michael Clark, e da Burberry, com a estreia do estilista Daniel Lee, nesta segunda-feira (20/02). Esses dois parecem estar imunes a qualquer crise.
(Andrea Kirst, especial para brpress)
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