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Inverdades sobre a guerra

(Londres, brpress) - Stratfor, principal agência de análises geopolíticas dos EUA, afirma: Otan e mídia divulgaram informações que não se confirmaram. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress 

(Londres, brpress) – Para a Stratfor, principal agência de análises geopolíticas dos EUA, a Otan e a mídia divulgaram uma série de informações que acabaram não se confirmando. Após os levantes populares que derrubaram as ditaduras da Tunísia e do Egito, a imprensa ocidental assegurava que estas produziriam a queda do “tirano” que está no meio destas duas nações: Kadafi.

Em seguida, informou-se que a Otan evitaria que os aviões líbios pudessem sobrevoar as zonas mais populosas de sua própria república, alegando que assim protegeria civis inocentes e poderia levar à capitulação de Kadafi.

Racismo

No entanto, tão logo a Otan estabeleceu sua zona de restrição aérea, a França bombardeou os partidários de Kadafi. Mas este continua resistindo e a “rebelião” líbia financiada, armada e treinada pela Otan vem cometendo atrocidades contra os civis (uma delas é a captura de dezenas de pessoas, muitas delas negras – sim, por racismo –, que foram tiradas de um hospital de Trípoli para serem torturadas e assassinadas).

Depois, a Otan acreditou que, ao bombardear as bases de Kadafi, conseguiria desintegrar e desmoralizar seu exército. No entanto, ainda que sem aviões, barcos e controle sobre a capital, ele continua mostrando que seus efetivos, apesar de estar há seis meses enfrentando forças da Otan e ter perdido o controle das principais cidades, continuam resistindo. Os soldados estão motivados e  muito preparados, já que suas hostes não sofreram deserções massivas.

Previsões erradas

No início da semana passada, a mídia pró-Otan chegou a dizer que 95% da Líbia e de sua capital estavam nas mãos dos rebeldes; que teriam, num mesmo dia, capturado os três filhos mais velhos de Kadafi, e que dentro de  48/72 horas o regime do ditador, finalmente, seria dado por encerrado.

Este prazo já se  esgotou há uma semana, nenhum dos familiares de Kadafi foi capturado e as ruas de Trípoli continuam sendo palco de combates, enquanto que a Otan ainda não tem o controle de várias cidades, como Sirte e Sabba. Kadafi está escondido, mas combatendo – e não indefeso (como Saddan Hussein, após a captura do Iraque).

Novo Afeganistão?

O que começou como uma rebelião popular pró-democracia contra um déspota vem se transformando em algo que pode vir a ser um novo Afeganistão.

Se antes viam-se mulheres nas passeatas de Bengazi , denunciando violações por parte dos adeptos de Kadafi, hoje não se vê nenhuma líbia nas manifestações dos rebeldes (mesmo nas em que são vistas crianças do sexomasculino).

Os negros, que são a maioria da população do continente (que antes se chamava Líbia) e que dentro deste país ocupam os piores empregos, hoje apenas aparecem nas fotos dos aliados da Otan como prisioneiros ou como cadáveres.

Enquanto que nas capitais do Egito e da Tunísia centenas de milhares de pessoas saíram às ruas contra seus autocratas, em Trípoli poucos foram receber os “rebeldes”. Todos os líderes da insurgência líbia são ex-funcionários de Kadafi, que usam como suas bandeiras as da deposta monarquia absoluta líbia pré-1969, e a do Qatar, uma das mais duras autocracias do Islã.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Tradução: AngélicaCampos/brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected], pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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