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Avó da índia Kajutiti Lulu KamayuráAvó da índia Kajutiti Lulu Kamayurá

Denúncia de adoção ilegal ofusca meta de ministra de regulamentar ensino domiciliar

Suposta adoção irregular de indígena por Damares Alves, dá ao MEC protagonismo na defesa do homeschooling.

(brpress*) – Se a semana está excepcionalmente pesada por conta da tragédia em Brumadinho (MG), a denúncia de que a índia Kajutiti Lulu Kamayurá, criada como filha da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, teria sido levada ilegalmente da aldeia Kamayurá, na reserva indígena do Xingu (MT), não alivia para o governo Bolsonaro. É a reportagem de capa da revista Época desta primeira semana de fevereiroE é o problema menos sério desta gestão, quando saímos do indivíduo e olhamos para a sociedade, especialmente o polêmica regulamentação do ensino domiciliar.

A denúncia de que a adoção nunca foi formalizada legalmente, conforme a própria ministra já admitiu em entrevista à TV Globo e corroborada por depoimentos dos familiares indígenas de Lulu,  chega juntamente com a notícia de que a nova  coordenadora-geral de formação de professores da recém-criada Secretaria de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC), Maria Eduarda Manso Mostaço, de 27 anos, não tem formação acadêmica na área da educação e nunca atuou em sala de aula. 

Sua tese de final de curso de Direito, Homeschooling: Uma Possibilidade Constitucional Face ao Declínio da Educação Escolar no Brasil, concluída em 2015, tem a ver com a meta do novo governo de regulamentar o ensino domiciliar no Brasil – que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu proibir em 2018 até que seja regulamentada pelo Congresso Nacional, após debate com a sociedade, ou seja: ilegal na prática – nos 100 primeiros dias de gestão por meio de medida provisória (MP). 

Lobby do MEC

A meta, no entanto, não está ligada ao Ministério da Educação, mas ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob o comando de Damares Alves. Mas, diante das denúncias envolvendo a índia Lulu e a ministra – que também se apresenta como “mestra em educação, direito constituicional e da família” sem ter diploma em qualquer destas especialidades, admitindo à Folha ser “mestre em ensino bíblico” –, foi o secretário-executivo do MEC, Luiz Antonio Tozi, que aproveitou para defender o plano do governo em relação à educação domiciliar durante a divulgação do Censo Escolar 2018, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília.

Os resultados levantados pelo Inep apontam que o Brasil teve uma queda de 1,1 milhão de matrículas para o período integral no ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) e médio. Em 2017, havia 13,9% dos alunos do ensino fundamental em tempo integral (com 7 horas ou mais de aulas diárias) – com 3,79 milhões de matrículas. Esse índice passou para 9,4% no ano passado – com 2,55 milhões de matrículas. A proporção é substancialmente menor na rede privada – apenas 2,2% dos alunos estudam nessa modalidade. No ensino médio, o porcentual de alunos em tempo integral aumentou, passando de 8,4% para 10,3%.

Ensino básico

O aumento das vagas em tempo integral foi uma das apostas do governo federal nos últimos anos para melhorar os índices educacionais. Mas o MEC aposta no ensino domiciliar, “para ampliar a presença da família na educação das crianças, mas não dispensa a necessidade de matrícula nas escolas formais. “O homeschooling não substitui a escola, mas complementa o processo educacional”, afirmou Tozi, enfatizando o foco na alfabetização e ensino básico.

Após declarar ao Valor que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual” e que “a ideia de uma universidade para todos não existe” – o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez,  se absteve de participar da divulgação do Censo Escolar 2018. Rodrigues tentou justificar a criticada  declaração reforçando a importância do ensino básico, que vai da educação infantil até o ensino médio, “ser de qualidade para permitir aos estudantes, que desejam, ingressar na universidade em pé de igualdade”. 

O Plano Nacional De Educação (PNE), lei que estipula metas para melhorar a qualidade da educação no país, estabelece que pelo menos 33% da população de 18 a 24 anos devem estar na universidade até 2024. Atualmente, essa porcentagem chega a 23,2%. Além disso, determina que a porcentagem total de estudantes em relação à população de 18 a 24 anos, a chamada taxa bruta de matrícula, chegue a 50%. A taxa atual é 34,6%. 

(*) Com informações de O Estado de S. Paulo, EBC e Correio Braziliense. 

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