Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Gizele Martins: militarização afeta favelas e Gaza. Foto: Arquivo PessoalGizele Martins: militarização afeta favelas e Gaza. Foto: Arquivo Pessoal

Militarização afeta civis em Gaza e nas favelas

Pesquisadora aponta conexão e similaridades entre policiamento militarizado nas favelas do Rio e ação de Israel ao território palestino.

(brpress) – As similariadades entre a Faixa de Gaza e as favelas do Rio de Janeiro têm sido apontadas com o ataque de Israel ao território palestino, que completou 100 dias em 15/01. Atualmente, cerca de 85% das famílias palestinas, que sofrem há anos com a ocupação e militarização imposta por Israel, tiveram de abandonar suas casas.  

Além do caos humanitário, imagens de drones mostram a destruição causada por mais de 10 mil bombas que Israel afirma ter usado em resposta ao ataque do Hamas em território israelense, em outubro de 2023 – que não foi impedido pela ostensiva militarização israelnse na Palestina. Da mesma forma, o policiamento militarizado não tem diminuído a violência contra civis  e a insegurança nas favelas do Rio. 

Similaridades

A jornalista e pesquisadora Gizele Martins, moradora e ativista do Complexo da Maré (o maior conjuto de favelas do Rio de Janeiro), um dos locais visitados pelo documentário Agora Eu Quero Gritar,  testemunhou esta similaridade em duas visitas à Faixa de Gaza: em 2017 e 2023, antes de o conflito evoluir para a guerra.

Mestre Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas pela UERJ e autora do livro Militarização e Censura – A Luta por Liberdade de Expressão na Favela da Maré, Gizele tem apontado, há anos, os impactos negativos da militarização da segurança pública no Rio em moradores de favelas. 

Em 2017, ela foi a Gaza por meio de uma articulação entre o Movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que luta pelo fim da opressão contra palestinos e pressiona o Estado de Israel a respeitar o direito institucional, e o movimento de favelas e de mães do Rio de Janeiro que perderam seus filhos para a violência estatal.

“Foi o período em que as famílias da Maré e outras favelas sofreram com mais ocupações pelas unidades de polícia pacificadora (UPP) e pelo Exército”, lembra Gizele. “Sofremos remoções e muitas das empresas que financiam o apartheid junto ao Estado sionista israelense na Palestina também estava negociando sua entrada durante os megaeventos do Brasil”, diz.

“As armas que fazem do povo palestino um grande laboratório de política da morte também matam nas favelas e periferias do Rio de Janeiro”.

Gizele Martins
‘Caveirões’ e checkpoints 

Além de conviver com a presença constante de veículos blindados – os da polícia carioca são chamados ‘caveirões’ –, outra similaridade entre moradores de favelas e de Gaza são os postos de controles israelenses, os chamados ‘checkpoints’, e a época que a favela da Maré esteve ocupada por militares, durante o ano da Copa do Mundo de 2014 no Rio, em que os moradores tinham que apresentar a identidade para entrar e sair da comunidade. 

Para Gizele, o terrorismo de estado ganha escala nas operações policiais, nas chacinas e nas execuções justificados pelos autos de resistência e desaparecimentos forçados. “As favelas ainda vivenciam consequências da ditadura militar”, explica Gizele.

#brpressconteudo #militarizacao

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate